RCGI Lança Plataforma de Registro de Créditos de Carbono com Base Científica Rigorosa

Por Redação
4 Min

Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI) lançou a RCGI-USP Carbon Registry, a primeira registradora nacional de créditos de carbono do Brasil. Um dos principais diferenciais dessa iniciativa é o desenvolvimento de metodologias próprias, continuamente auditadas e alinhadas a padrões internacionais. Além disso, o modelo Clima, Comunidade, Biodiversidade, Ciência & Social (CCB-SS) assegura que uma parte dos créditos seja direcionada a um fundo exclusivo para financiar pesquisas científicas e projetos socioambientais.

O RCGI é um Centro de Pesquisa Aplicada (CPA), criado com o apoio da FAPESP, da Shell e participação de outras empresas, com sede na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP).

### Funcionamento da Registradora de Carbono

A registradora de créditos de carbono terá a função de validar, emitir e acompanhar cada crédito, garantindo que seja único, verificável e rastreável. Sem registro, os créditos não têm validade, tanto para quem precisa cumprir metas de descarbonização quanto para aqueles que pretendem comercializar resultados ambientais. O ciclo envolve cinco principais atores: proponente e desenvolvedor do projeto, verificador independente, registradora, e compradores e vendedores. Essa estrutura explica o papel essencial das registradoras no mercado de carbono.

### Metodologias e Sustentabilidade

“Uma registradora de carbono se torna mais robusta quando combina ciência e interesse público. A RCGI-USP Carbon Registry já nasce com metodologias próprias, auditadas, que visam fortalecer a integridade dos créditos brasileiros e alinhá-los às melhores práticas internacionais”, afirma Julio Meneghini, diretor científico do RCGI.

As metodologias adotadas pela RCGI-USP foram adaptadas para as particularidades brasileiras, atendendo tanto às necessidades da indústria quanto às exigências internacionais da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. O modelo CCB-SS garante que uma porcentagem dos créditos seja obrigatoriamente alocada a um fundo para financiar iniciativas de pesquisa, conservação ambiental e promoção de impacto social.

### Operação Eficiente e Acessível

A registradora está comprometida a reduzir barreiras operacionais para o setor produtivo. Ela cobra em reais, adota prazos de análise de até 90 dias — significativamente menores do que os 12 meses em plataformas internacionais — e oferece uma ferramenta para a elaboração de inventários de emissões de gases de efeito estufa, baseada no padrão internacional GHG Protocol. O sistema é simplificado para micro e pequenas empresas e, para grandes corporações, inclui suporte técnico para a contabilidade de emissões indiretas.

### Governança e Auditoria Independente

A operação do RCGI-USP Carbon Registry será gerida por uma startup, a DNA USP. A responsabilidade pela criação de metodologias científicas próprias e pela certificação de metodologias externas ficará a cargo da universidade, sempre com a revisão e auditoria de um comitê técnico independente coordenado pelo RCGI. Essa estrutura garante rigor científico em todas as etapas do processo.

Com suas metodologias adaptadas, auditadas e alinhadas a padrões internacionais, a registradora busca elevar o padrão de integridade no mercado de carbono, fortalecendo a confiança no mercado voluntário e preparando o país para um futuro mercado regulado. No âmbito do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE), empresas que emitirem acima de 10 mil tCO2e/ano terão a obrigação de monitorar e reportar suas emissões, enquanto aquelas acima de 25 mil tCO2e/ano deverão entregar cotas equivalentes às suas emissões.

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* Informações da Assessoria de Imprensa do RCGI.

Informações da Agência FAPESP

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