Sarcopenia: Diagnóstico Rigoroso Aumenta a Eficácia na Prevenção

Por Redação
4 Min

Aperfeiçoamento na Triagem da Sarcopenia em Pessoas Idosas

Pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) conduziram um estudo inovador analisando dados de mais de 7 mil brasileiros e descobriram que a adoção de critérios mais rigorosos para avaliar a fraqueza muscular pode potencializar a triagem da sarcopenia. Essa doença, cuja incidência aumenta com a idade, é caracterizada pela perda progressiva de massa e função muscular, trazendo sérios riscos à saúde, incluindo maior chance de quedas e mortalidade.

O consenso atualizado do European Working Group on Sarcopenia in Older People (EWGSOP2) classifica a sarcopenia em três estágios: provável sarcopenia, que se refere à baixa força muscular; sarcopenia propriamente dita, onde ocorrem perdas significativas de força e massa muscular; e sarcopenia grave, caracterizada por comprometimento físico adicional.

Utilizando dados do Estudo Longitudinal de Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil), o estudo comparou a prevalência da sarcopenia com base nos critérios do EWGSOP2, que define baixa força muscular como força de mão inferior a 27 kg para homens e 16 kg para mulheres. Em contraste, critérios mais rigorosos incluíram limites de 36 kg (homens) e 23 kg (mulheres), previamente associados a piora nos índices de mortalidade.

A força de preensão manual é uma ferramenta prática e econômica para rastrear a sarcopenia. Com a aplicação de pontos de corte mais altos, os pesquisadores observaram um aumento significativo na detecção de casos em estágios iniciais. A prevalência de "provável sarcopenia" quadruplicou, passando de 10,6% para 40,1%. Além disso, a sarcopenia propriamente dita e a sarcopenia grave também registraram aumentos significativos.

Os dados levantam a discussão sobre a adequação dos critérios diagnósticos para sarcopenia no Brasil, onde atualmente seguem os padrões internacionais do EWGSOP2. Os pesquisadores notaram que esses critérios padrão podem gerar dificuldades no diagnóstico, ilustrando a necessidade de ajustes baseados em desfechos clínicos, como a mortalidade.

Desnutrição e Sarcopenia

Uma descoberta crucial do estudo está relacionada à intersecção entre desnutrição e sarcopenia. Ao aplicar os critérios mais altos, a associação com sarcopenia grave tornou-se mais evidente, revelando que 41,5% dos participantes apresentavam risco nutricional e 10% estavam desnutridos.

A nutrição é fundamental para a saúde muscular, especialmente entre os idosos. Com critérios mais sensíveis, os impactos da desnutrição sobre a sarcopenia se tornaram mais claros. Os fatores clássicos associados à sarcopenia, incluindo idade avançada, baixa renda e sedentarismo, permaneceram inalterados entre as duas abordagens, mas os novos limites permitiram uma identificação mais precoce da condição.

Os pesquisadores enfatizam que é vital que os critérios diagnósticos estejam baseados em resultados clínicos relevantes e não apenas em dados estatísticos, como delineado pelo EWGSOP2.

Para leitura completa do artigo "How does the cut-off point for grip strength affect the prevalence of sarcopenia and associated factors? Findings from the ELSI-Brazil Study", acesse: https://doi.org/10.1590/0102-311XEN155624.

Informações da Agência FAPESP

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