Estudo Brasileiro Revela Como Alguns Tipos de Câncer de Mama Evitam Tratamentos

Por Redação
3 Min

Descobertas sobre a Proteína HER2 no Câncer de Mama

Pesquisadores brasileiros identificaram novas variações da proteína HER2, ligada ao câncer de mama, aumentando o número conhecido de subtipos de 13 para 90. Essas descobertas são essenciais para entender a variabilidade na resposta ao tratamento, mesmo nos casos mais avançados.

Variabilidade da Proteína HER2

A pesquisa revelou diferentes padrões de domínios proteicos e locais de ligação nas células, mostrando novas interações com anticorpos. Essa diversidade pode explicar a resistência a tratamentos que visam a proteína HER2 padrão, ampliando a compreensão da doença e possibilitando o desenvolvimento de medicamentos mais direcionados.

A HER2 é crucial no controle do crescimento celular. Quando superexpressa, promove um crescimento descontrolado das células cancerígenas, tornando o tumor mais agressivo. Os casos de câncer de mama associados à hiperexpressão de HER2 representam cerca de 20% dos diagnósticos no Brasil.

Pesquisa e Metodologia

O estudo, realizado no Hospital Sírio-Libanês e publicado na revista Genome Research, foi apoiado pela FAPESP. Utilizando 561 amostras do The Cancer Genome Atlas (TCGA), os cientistas avaliaram linhagens celulares sensíveis e resistentes a medicamentos, como trastuzumabe e conjugados anticorpo-fármaco (ADCs). Tecnologias avançadas de leitura genética permitiram a identificação de novas variantes da HER2.

Implicações para o Tratamento

É fundamental notar que a expressão da proteína HER2 varia entre os tumores. Aqueles com níveis elevados são classificados como HER2-positivos e são elegíveis para terapias-alvo. Em contrapartida, tumores HER2-low ou zerados podem se beneficiar de tratamentos emergentes, como os anticorpos conjugados a drogas.

O tratamento padrão para câncer de mama HER2-positivo envolve quimioterapia e anticorpos, com um custo médio de R$ 40 mil, apresentando efeitos colaterais como náuseas e queda de glóbulos brancos.

Estudos Futuros

Os próximos passos da pesquisa incluem ampliar as análises para outros tipos de câncer, como o de pulmão, onde a proteína HER2 também desempenha um papel. Os cientistas buscam entender se as diferentes isoformas de HER2 influenciam a eficácia de tratamentos em pacientes previamente tratados com terapias anti-HER2.

A publicação do artigo Alternative splicing generates HER2 isoform diversity underlying antibody-drug conjugate resistance in breast cancer pode ser acessada aqui.

Informações da Agência FAPESP

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