Iniciativa Amazônia+10: Resultados e Impactos Positivos na Região

Por Redação
4 Min

Iniciativa Amazônia+10: Impactos na Pesquisa e Inovação na Amazônia Legal

Criada há pouco mais de três anos, a Iniciativa Amazônia+10 visa ampliar o financiamento para pesquisa e inovação na Amazônia Legal. Este projeto tem mobilizado pesquisadores de várias instituições da região e promovido a participação de atores locais, resultando em contribuições significativas para comunidades e políticas públicas.

Os resultados alcançados foram apresentados durante a COP30, realizada em Belém (PA) no Museu Emílio Goeldi, um local enfatizando a ciência. O evento contou com a presença de cientistas, parceiros e representantes da sociedade civil para discutir os impactos da iniciativa.

Mapeamento e Participação Local

Para coletar dados, a iniciativa conduziu um “censo” com questionários respondidos por 1.265 pesquisadores, dos quais 43% são nativos da região. Os participantes estão vinculados a 171 instituições de diversos países, sendo que 17% pertencem a instituições paraenses e 13% a amazonenses.

Desde 2022, mais de 1.950 pesquisadores participaram de 61 projetos financiados, resultando em 365 conteúdos acadêmicos e tecnológicos, incluindo 243 artigos científicos e 12 projetos cujos impactos foram verificados em políticas públicas, além de duas patentes registradas.

Um destaque é o projeto que avalia os impactos da usina hidrelétrica de Belo Monte no regime hidrológico do rio Xingu, que, além de envolver indígenas e ribeirinhos na coleta de dados, forneceu suporte ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) na determinação de vazões ecológicas.

Impacto na Comunidade e na Ciência

Representantes da Iniciativa participaram de debates promovidos pelo Ministério Público Federal na COP30. Rafael Andery, secretário-executivo da Amazônia+10, enfatizou que os resultados demonstram o impacto positivo da iniciativa para a ciência brasileira e para as comunidades locais.

Anunciada pela FAPESP em 2021, durante a COP26 de Glasgow, a Amazônia+10 englobou o Estado de São Paulo e os nove estados da Amazônia Legal, estabelecendo um consórcio para promover pesquisas científicas. Até agora, o programa mobilizou R$ 162 milhões e conta com 16 parceiros externos, apoiando projetos que envolvem a participação de atores não acadêmicos e mais de 8.700 participantes.

Desafio e Oportunidade

Estudos indicam que áreas como a "Cabeça do Cachorro" no noroeste do Amazonas enfrentam uma escassez de pesquisa. Com a iniciativa, foram desenvolvidos três projetos nesse local, respondendo a uma necessidade premente. Marcel do Nascimento Botelho, presidente da Fapespa, destacou a inovação do modelo colaborativo, que integra diversos pesquisadores com foco na Amazônia, visando a conservação e o bem-estar das populações locais.

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Durante a COP30, pesquisadores apresentaram seus projetos, ressaltando a importância da ciência no enfrentamento de desafios climáticos e sociais. Uma das iniciativas focou em uma imersão intercultural que destacou o protagonismo dos povos indígenas e discutiu temas como justiça climática e desigualdade de gênero.

Além de fortalecer as comunidades, a iniciativa aponta para uma expansão na infraestrutura de pesquisa e na divulgação de resultados, com publicações de livros e documentários. Para 2026, a Amazônia+10 abrirá uma nova chamada de projetos voltados para a sociobioeconomia na Amazônia Legal, buscando envolver organizações locais no desenvolvimento das propostas.

Informações da Agência FAPESP

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