A Sciences Po busca parcerias com universidades brasileiras para ampliar atração de estudantes latino-americanos
Luis Vassy, diretor da renomada escola francesa Sciences Po, visitou o Brasil para fortalecer parcerias com instituições de ensino, incluindo a Universidade de São Paulo (USP). O foco é aumentar a presença de estudantes latino-americanos, principalmente brasileiros, que ocupa atualmente a 15ª posição entre as nacionalidades representadas na escola, com 107 alunos.
“Nosso objetivo é intensificar o recrutamento dos melhores estudantes”, declarou Vassy. Para apoiar essa iniciativa, ele inaugurou o sétimo escritório de representação da Sciences Po no exterior, localizado nas instalações da Câmara de Comércio França-Brasil em São Paulo, com abrangência em toda a América Latina. Outros escritórios semelhantes estão situados na China, Singapura, Índia, Quênia, Senegal e Estados Unidos. Essas estruturas são importantes para facilitar a burocracia enfrentada pelos estudantes latino-americanos e para conectar ex-alunos da instituição.
Com mais de 150 anos de história, a Sciences Po tem se destacado na formação de líderes franceses em administração e serviços públicos, incluindo figuras como Emmanuel Macron e Jacques Chirac. Além da ciência política, a escola oferece cursos em negócios, jornalismo e direito, e nos últimos 20 anos, se internacionalizou significativamente, com 50% de seus alunos sendo estrangeiros. A instituição disponibiliza diplomas em inglês e ampliou sua oferta de cursos, incluindo bacharelado e mestrado com especializações focadas na América Latina e Caribe. Atualmente, 26 alunos da Sciences Po estão realizando intercâmbio no Brasil.
No Brasil, a Sciences Po possui colaborações com 11 instituições, incluindo USP, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Pontifícia Universidade Católica (PUC) e Fundação Getúlio Vargas (FGV), além de universidades federais em diversos estados. Vassy destacou a importância de reativar algumas parcerias e mencionou planos para criar programas de dupla titulação e aumentar a mobilidade de alunos e professores, ressaltando a participação de 23 docentes brasileiros entre 2017 e 2023.
Temas de pesquisa e reflexão sobre a democracia
Durante uma reunião com a vice-reitora da USP, Maria Arminda Nascimento Arruda, Vassy discutiu a possibilidade de firmar acordos focados em pesquisa sobre desigualdades, relações internacionais e o funcionamento da democracia no contexto atual. Ele refletiu sobre questões pertinentes à Democracia, citando o pensador francês Raymond Aron e a relevância de conceitos como "limitar as ambições individuais".
Vassy levantou questões críticas para os tempos modernos, como a manutenção da confiança em processos democráticos frente ao aumento da polarização. “As democracias criam coesão através da confiança, enquanto os regimes autoritários o fazem pelo medo,” enfatizou.
Nas suas visitas, Vassy também propôs uma cooperação científica em relação às mudanças climáticas, especialmente com o lançamento, no próximo ano, da Escola do Clima de Paris. No final de outubro, a Sciences Po organizou a Paris Climate and Nature Week, um evento que reuniu 400 pessoas para discutir a implementação do Acordo de Paris. Vassy expressou o desejo de aumentar a participação das universidades brasileiras nos próximos eventos.
Acompanhando Vassy em sua missão ao Brasil estavam Jeremy Perelman, diretor de Relações Internacionais, e Larissa Frozel Barros, gerente de Relações Internacionais para a América Latina e o Caribe.
Informações da Agência FAPESP
Curtiu? Siga o Candeias Mix nas redes sociais: Twitter, Facebook, Instagram, e Google Notícias. Fique bem informado, faça parte do nosso grupo no WhatsApp e Telegram.

