Importância de Manter a Meta de Limitar o Aquecimento Global a 1,5 °C

Meta de Limite de 1,5 °C nas Negociações Climáticas

A meta de limitar o aumento da temperatura média global a 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais continua sendo crucial para evitar cenários climáticos devastadores. Essa diretriz deve ser a base das negociações na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30).

Um grupo de 11 destacados cientistas climáticos, incluindo seis brasileiros, foi formado como um Conselho Científico consultivo para a COP30. Sob a presidência de Thelma Krug, do Conselho Superior da FAPESP, o conselho inclui especialistas como Paulo Artaxo e Carlos Nobre, ambos renomados na pesquisa sobre mudanças climáticas.

Importância do Limite de 1,5 °C

Durante um evento na COP30, Johan Rockström, diretor do Instituto Potsdam para Pesquisa sobre Impacto Climático, enfatizou que o limite de 1,5 °C deve ser encarado como uma meta séria e fundamental, reforçando que as negociações devem sempre visá-lo. O conselho se propõe a fornecer dados científicos que apoiem escolhas políticas e decisões estratégicas para enfrentar as mudanças climáticas.

Revisão do Conhecimento Climático

A evolução do conhecimento sobre as mudanças climáticas, desde 1990, revelou que níveis mais altos de aquecimento global aumentam significativamente os riscos de mudanças irreversíveis no clima. O atual entendimento sugere que lesões profundas à capacidade de suporte à vida na Terra ocorrem a partir de aumentos de temperatura superiores a 1,5 °C.

As evidências indicam que o limite de 1,5 °C deverá ser atingido em cinco a dez anos, devido à elevada concentração de gases de efeito estufa na atmosfera. Apesar das previsões otimistas de que o mundo pode ainda limitar o aquecimento, a implementação e aceleração das ações terão que ser imediatas e significativas.

Soluções para a Remoção de CO2

A remoção de dióxido de carbono (CDR) é uma solução necessária, mas que envolve diferentes abordagens, como restauração florestal e captura de carbono em processos industriais. Chris Fields, professor da Universidade Stanford, observa que, embora as técnicas de CDR possam oferecer benefícios, algumas são caras e lentas para implementar.

Em comparação, a restauração florestal se destaca por ser uma opção mais econômica, com custos de até US$ 50 por tonelada, em contraste com abordagens industriais que podem custar até US$ 200 por tonelada. É urgente um compromisso mais forte com a transição energética e a eliminação gradual dos combustíveis fósseis, especialmente em um momento em que muitos países se comprometeram a atingir desmatamento zero.

Conclusão

A urgência na implementação de medidas robustas de mitigação das mudanças climáticas não pode ser subestimada. Os cientistas convocam a atenção para a necessidade de ações coordenadas que englobem todas as frentes, desde a mitigação e proteção ambiental até ações diretas para a remoção de carbono, a fim de minimizar os impactos do aquecimento global.

Informações da Agência FAPESP