Alunos do Ensino Médio do Pará Participam de Simulado da COP para Formar Futuros Negociadores

Por Redação
4 Min

Para incentivar a participação da juventude nas discussões da COP30, pesquisadores brasileiros e do Reino Unido promoveram a formação de novas lideranças entre estudantes do ensino médio do Pará. Cerca de cem alunos de escolas públicas participaram de um simulado das negociações, vivenciando como se estruturam os debates e acordos dessa importante conferência global sobre mudanças climáticas, que teve início em 10 de novembro em Belém.

O Programa Escolas Conectadas

A iniciativa faz parte do Programa Escolas Conectadas, do British Council, e foi desenvolvida em parceria com a Escola Azul da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e o Movimento Ciência e Vozes da Amazônia COP30, da Universidade Federal do Pará (UFPA).

Os alunos foram divididos em grupos que representavam países e blocos, incluindo a União Europeia e nações em desenvolvimento, como o Brasil. Durante as atividades, eles se tornaram lobistas, ativistas e jornalistas, imergindo em questões climáticas e ambientais.

Aprendizado Prático

Os grupos receberam papéis nas discussões e participaram de palestras com pesquisadores, abordando temas como os impactos do aquecimento global em cenários com elevação da temperatura entre 1,5 °C e 2 °C em relação ao período pré-industrial (1850-1900).

Ronaldo Christofoletti, biólogo e coordenador do Programa Maré de Ciência, destaca a importância desse tipo de engajamento: “A primeira COP na Amazônia é uma oportunidade única para envolver as futuras gerações nas decisões que impactarão o nosso planeta”.

Relatório de Lacunas para as Emissões

No início de novembro, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) divulgou o Relatório de Lacunas para as Emissões (EGR), alertando que a ultrapassagem do limite de aumento de temperatura de 1,5 °C, conforme estabelecido pelo Acordo de Paris, é inevitável. O relatório destaca que, nas próximas décadas, o planeta enfrentará um cenário de overshoot, que exigirá reduções imediatas e substanciais nas emissões de gases de efeito estufa.

Objetivos de Negociação

Os estudantes, após uma fase teórica, receberam objetivos de negociação baseados em cinco parâmetros: ano de pico de emissão, início da redução das emissões, taxa de queda, percentual de reflorestamento e esforços contra o desmatamento. Utilizando métodos científicos e parâmetros internacionais, os “negociadores mirins” buscaram desenvolver metas para conter o aquecimento global.

Rubens Uchoa, aluno do terceiro ano do ensino médio, compartilhou sua experiência: “Participar deste simulado foi uma oportunidade única. Entender como funciona o processo de negociação é essencial”.

Legado Educacional

Christofoletti também ressaltou a capacitação de professores como um objetivo do Maré de Ciência, que visa promover a interface entre ciência, políticas públicas e sociedade. Doze docentes de escolas públicas participaram do programa, discutindo como incorporar práticas de educação ambiental em suas aulas.

“A transformação de conflitos climáticos depende de negociação e diálogo. Estamos expandindo esta experiência com a Rede Escola Azul, criando um legado educacional para a região”, finalizou Christofoletti.

Conclusão

O engajamento da juventude nas discussões climáticas é essencial para o futuro do planeta. Iniciativas como a do simulado da COP30 não apenas educam, mas também inspiram novas gerações a se tornarem agentes de mudança em uma época de desafios sem precedentes.

Informações da Agência FAPESP

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