A Amazônia: Centro de Pesquisa e Mudanças Climáticas
A Amazônia tem sido um foco de interesse científico desde o século 19, quando o naturalista Alexander von Humboldt explorou suas paisagens e biodiversidade. Desde então, pesquisadores brasileiros e internacionais têm contribuído para o conhecimento sobre os ecossistemas, a biodiversidade e as populações locais. Essa região é um ponto central na agenda da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que ocorrerá entre 10 e 21 de novembro em Belém.
Apoio à Pesquisa na Amazônia
A FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) tem apoiado pesquisas na Amazônia desde 1962, com destaque para a expedição de Paulo Vanzolini. Ao longo de 60 anos, mais de 3 mil pesquisadores têm estudado a floresta, revelando sua biodiversidade, seu papel na provisão de produtos e serviços ambientais, no ciclo do carbono e na regulação do clima.
Um exemplo desse trabalho é a exposição virtual Ciência na Amazônia: história, desafios e descobertas, que foi inaugurada durante a Cúpula do Clima de Belém. A exposição documenta a pesquisa na Amazônia, reunindo dados e experiências de cientistas de destaque.
Contribuições de Paulo Vanzolini
A exposição é dividida em três capítulos, sendo o primeiro dedicado ao projeto Expedição Permanente à Amazônia (EPA), liderado por Vanzolini. Esse projeto, apoiado pela FAPESP, não apenas identificou novas espécies, mas também ajudou a desenvolver a Teoria dos Refúgios. Vanzolini frequentemente convidava artistas, como José Cláudio da Silva, cuja coleção de obras reflete a flora e fauna da Amazônia.
Pesquisas Acima do Dossel da Floresta
O segundo capítulo da exposição examina as pesquisas sobre o dossel das árvores, que buscam compreender o impacto do desmatamento e das emissões de CO2 na vida no planeta. Carlos Nobre, copresidente do Painel Científico para a Amazônia, destaca o Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA), que envolve colaboração internacional para entender o ecossistema amazônico em sua totalidade.
Além disso, pesquisas como o projeto AmazonFACE investigam o impacto do aumento de CO2 na biodiversidade e nos serviços ecossistêmicos da Amazônia.
Avanços e Desafios Recentes da Pesquisa
O terceiro capítulo celebra os pesquisadores pioneiros que abriram caminhos para o avanço do conhecimento na região, além de destacar as novas investigações geológicas na Amazônia. André Sawakuchi, por exemplo, está envolvido no Projeto de Perfuração Transamazônica (TADP), que busca compreender a formação geológica da Amazônia e seu papel na biodiversidade global.
Ainda neste capítulo, a iniciativa Amazônia +10 busca apoiar projetos colaborativos voltados à conservação da biodiversidade e à adaptação às mudanças climáticas.
Importância da Inclusão Social nas Pesquisas
A antropóloga Manoela Carneiro da Cunha ressalta a necessidade de incluir a perspectiva das comunidades locais nas pesquisas sobre a Amazônia. A pesquisa não pode ignorar a experiência dos povos que habitam a região tropical.
A exposição termina com as expectativas de líderes científicos, como Thelma Krug e Carlos Nobre, sobre a COP30, enfatizando a importância de desenvolver ações concretas a partir dos debates.
A exposição virtual Ciência na Amazônia: história, desafios e descobertas está disponível em: Centro de Memória FAPESP.
Informações da Agência FAPESP
