Dispositivo Inovador Detecta Metástase de Câncer Bucal Através da Saliva

Por Redação
3 Min

Biossensor Inovador para Detecção de Câncer de Boca

Um novo biossensor desenvolvido por pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) promete revolucionar o diagnóstico e tratamento do câncer de boca. Compacto o suficiente para ser manuseado com os dedos, esse dispositivo permite a detecção de sinais de metástase através da análise da saliva, evitando procedimentos invasivos.

Funcionamento do Biossensor

O biossensor é capaz de identificar três biomarcadores associados ao câncer: LTA4H, CSTB e COL6A1. Esses biomarcadores são detectáveis quando a doença começa a se espalhar para os gânglios cervicais, fase que pode agravar a saúde do paciente. O método utilizado é a espectroscopia de impedância eletroquímica, que monitora como as proteínas interagem na superfície do sensor, que é composto por ZIF-8 e anticorpos específicos.

O ZIF-8 é um material poroso que facilita a imobilização de anticorpos, permitindo que eles capturem as proteínas do câncer de forma eficiente. Essa abordagem "chave-fechadura" torna a análise mais precisa e relevante para o diagnóstico.

Benefícios e Potencial Impacto

A pesquisa, liderada pela coordenadora Adriana Franco Paes Leme, pretende disponibilizar esse biossensor para o Sistema Único de Saúde (SUS), promovendo diagnósticos rápidos e precisos que têm o potencial de transformar a abordagem clínica no tratamento do câncer de boca. Além de ser uma solução econômica e não invasiva, esse teste pode melhorar a qualidade de vida dos pacientes ao evitar cirurgias desnecessárias.

Com o auxílio de algoritmos de inteligência artificial, os pesquisadores também conseguiram uma taxa de acerto de 76% na identificação de metástases, utilizando perfis proteicos da saliva. O biomarcador LTA4H se destacou como o mais eficaz para distinguir entre pacientes com e sem disseminação tumoral.

Redução de Procedimentos Cirúrgicos

Tradicionalmente, o câncer de boca envolve procedimentos cirúrgicos, como a dissecção cervical, que apresenta riscos e pode resultar em complicações para o paciente. Estima-se que em 70% dos casos, esses procedimentos são desnecessários, dado que não há metástase. A nova tecnologia busca eliminar a necessidade de cirurgias invasivas, reduzindo riscos e custos para o SUS.

Futuro do Biossensor

Atualmente, as pesquisadoras estão trabalhando para escalar a produção do biossensor, com a intenção de disponibilizá-lo como um kit portátil em três anos. Este dispositivo pode ser utilizado em hospitais, consultórios odontológicos e programas de rastreamento do câncer de boca, que afeta especialmente os homens e está ligado a fatores como o tabagismo, consumo de álcool e infecção por HPV.

Para mais informações, leia o artigo Noninvasive and sensitive biosensor for the detection of oral cancer prognostic biomarkers em: Artigo completo.

Informações da Agência FAPESP

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