Estudo Revela que Efeitos do Estresse Mudam com Idade e Sexo em Camundongos

Por Redação
3 Min

Impactos do Estresse Social no Cérebro e Comportamento: Influências do Sexo e Idade

Pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) investigaram como o estresse social, experimentado indiretamente, afeta o cérebro e o comportamento, variando de acordo com o sexo biológico, idade e intensidade do estresse. O estudo, realizado com camundongos e publicado na revista Physiology & Behavior, revela que os efeitos do estresse são mais intensos em animais mais jovens. Curiosamente, fêmeas adultas demonstram maior resiliência em comparação aos machos.

Historicamente, a pesquisa em saúde mental tem focado predominantemente em homens, o que impactou a compreensão dos tratamentos para doenças como a ansiedade e a depressão, mais comuns em mulheres. "Nosso estudo amplia a compreensão sobre o estresse e suas implicações no cérebro, contribuindo para abordagens terapêuticas personalizadas que considerem idade e sexo biológico", explica Daniela Baptista de Souza, uma das autoras do trabalho.

Os pesquisadores reproduziram em laboratório situações de estresse social, como bullying e trauma, utilizando métodos reconhecidos em experimentação animal. Os resultados mostraram que estruturas cerebrais como o hipocampo e a amígdala, fundamentais na regulação emocional, são severamente impactadas por esses tipos de estresse.

Metodologia da Pesquisa

Para examinar os efeitos do estresse social, os cientistas usaram o protocolo WSDS (Witness Social Defeat Stress), no qual um camundongo "testemunha" observa um outro ser intimidado por um terceiro. Apesar de não ser atacado, o "testemunha" é exposto ao estresse do confronto, que se repete durante dez dias.

A pesquisa incluiu um grupo de controle, onde os animais testemunharam interações pacíficas. As análises envolveram tanto camundongos adultos quanto jovens, revelando que os mais novos apresentaram respostas emocionais mais intensas após o estresse, enquanto as reações dos adultos mostraram diferenças entre machos e fêmeas.

Resultados e Conclusões

As fêmeas adultas demonstraram menor ativação na amígdala e no hipocampo, em contraste com os machos, que não exibiram a mesma resposta. Já entre os jovens, o estresse afetou ambos os sexos, mas sem alterações cerebrais significativas. Isso indica que o impacto do estresse na fase adulta é mais acentuado em termos de diferenças de sexo em relação à juventude.

Além disso, as fêmeas mostraram resiliência ao estresse, evidenciada por uma resposta mais positiva a objetos novos, diferentemente dos machos, que não apresentaram a mesma recuperação.

O artigo completo intitulado "Witness stress promotes age and sex-dependent behavioral and neurofunctional alterations in the amygdaloid complex and dorsal hippocampus in mice" pode ser acessado em: ScienceDirect.

Informações da Agência FAPESP

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