Cupins: Importância Ecológica e Ações de Pesquisa
Os cupins, frequentemente vistos como pragas urbanas, representam apenas cerca de 3% das espécies conhecidas, sendo que as principais no Brasil são exóticas. Com quase 3 mil espécies no total, das quais 623 só na região Neotropical, esses insetos sociais desempenham papéis ecológicos cruciais, como a ciclagem de nutrientes e o aumento da retenção de umidade no solo.
Um grupo de 58 pesquisadores de países como Brasil, Chile, Colômbia, Venezuela, Bélgica, França e Estados Unidos lançou um livro abrangente, Cupins da América do Sul, que reúne 879 páginas de conhecimento sobre esses insetos. O objetivo foi criar uma referência acessível para graduandos e pós-graduandos, já que a literatura sobre o tema estava desatualizada desde 2002.
Pesquisa e Cooperação Internacional
A obra é resultado de um workshop realizado em 2019 durante o V Simpósio de Termitologia, que abordou a biologia dos cupins. Os temas dos capítulos, autores e prazos foram definidos durante o evento, mas a pandemia de COVID-19 complicou o processo de produção. O lançamento do livro ocorreu neste ano, durante o VIII Simpósio de Termitologia, em Campina Grande.
Engenheiros Ecossistêmicos
A biomassa de cupins na Terra é equiparada à dos humanos, destacando o valor de estudar esses insetos. Os cupins são considerados engenheiros ecossistêmicos, pois criam ou alteram habitats, influenciando a estrutura física e química do ambiente. Além de serem os principais decompositores de biomassa vegetal, eles agem como repositórios de carbono, contribuindo para a diminuição das emissões de gases de efeito estufa.
Apesar de sua má reputação, a maioria das espécies de cupins não é considerada praga. No Brasil, as espécies problemáticas são aquelas que consumem madeira, introduzidas de outras regiões. Em seu habitat original, essas espécies ajudam a manter a biodiversidade florestal, enquanto aqui, sem predadores naturais, causam danos significativos.
Divulgação Científica
Para esclarecer a importância dos cupins, os pesquisadores enfatizam a necessidade de uma comunicação eficaz com o público leigo. Um dos editores da obra, Tiago Carrijo, dedica um capítulo à divulgação científica e destaca o projeto Wikitermes, que oferece informações sobre cupins em diversas plataformas.
Acesso ao Conhecimento
O livro Cupins da América do Sul está disponível gratuitamente para download aqui. A difusão desse conhecimento é essencial para promover a compreensão e conservação desse grupo de insetos tão vital ao ecossistema.
Informações da Agência FAPESP
