Um grupo de pesquisadores do Reino Unido e do Brasil, com apoio da FAPESP, desenvolveu a primeira vacina contra o herpesvírus dos elefantes, uma das principais causas de mortalidade em filhotes. O estudo foi publicado na revista Nature Communications em 3 de outubro.
Vaccinação e Imunologia Eficaz
A vacina demonstrou segurança e provocou uma resposta celular robusta contra o herpesvírus endoteliotrópico dos elefantes (EEHV). Este tipo de resposta é importante, pois as vacinas geralmente estimulam anticorpos, mas em casos com múltiplos sorotipos, essa estratégia pode ser prejudicial, como exemplificado na dengue. O pesquisador Helder Nakaya, do Instituto Albert Einstein e USP, enfatiza essa distinção.
Métodos de Pesquisa e Colaboração Internacional
Os cientistas realizaram testes com elefantes-asiáticos adultos no Zoológico de Chester, no Reino Unido. Durante a primeira fase do estudo, um elefante recebeu um vetor viral com proteínas do herpes, seguido por uma dose de reforço. Após observar a ativação das células T sem efeitos colaterais, a segunda fase foi iniciada com mais elefantes e um intervalo ampliado entre as doses.
Propriedades Práticas da Vacina
Outra vantagem dessa vacina é sua capacidade de ser armazenada a temperaturas entre 2 e 8 °C, permitindo imunização tanto em cativeiro quanto em populações selvagens. Esse aspecto é crucial para estratégias de conservação, dados os menos de 40 mil elefantes-asiáticos restantes na natureza, classificados como ameaçados pela IUCN.
O Caminho para a Conservação
Os pesquisadores planejam ampliar os testes para um número maior de animais na próxima fase do estudo. Resultados positivos podem estimular o interesse de zoológicos e permitir a vacinação de populações selvagens, contribuindo significativamente para a conservação da espécie.
Este estudo representa um avanço notável na luta contra doenças que afetam elefantes e pode servir como um modelo para desenvolver vacinas para outras espécies ameaçadas de extinção. Para mais detalhes, o artigo completo está disponível em Nature Communications aqui.
Informações da Agência FAPESP
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