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Descrição de Rã-Foguete Extinta Após 62 Anos em Museu: Estudo de Exemplar Único

3 Min

Nova Espécie de Rã-Foguete Identificada em Curitiba pode Estar Extinta

Recentemente, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Smithsonian Institution descreveram uma nova espécie de rã-foguete, nomeada Dryadobates erythropus, que habitou a região do bairro Tarumã em Curitiba nos anos 1960. O estudo, apoiado pela FAPESP, destaca a biodiversidade que existia nessa área antes da urbanização intensiva.

Descrição da Nova Espécie

O único exemplar conhecido de Dryadobates erythropus, com aproximadamente 14 milímetros de comprimento, foi coletado em 1963 pela herpetóloga Doris M. Cochran. Este rã-foguete, classificado como "provavelmente extinto", não foi mais encontrado na natureza, o que levanta preocupações sobre a preservação da biodiversidade local. A espécie pertence ao gênero Dryadobates, que possui pelo menos 13 espécies descritas, sendo quatro delas já extintas.

Motivos da Extinção

De acordo com Taran Grant, professor do Instituto de Biociências da USP, a habitat original da rã-foguete foi drasticamente destruído. A ausência de novos espécimes coletados em levantamentos realizados nas últimas seis décadas sugere que a espécie é, de fato, extinta. O estudo ressalta a importância da conservação do meio ambiente em áreas urbanizadas como Curitiba.

Localização Geográfica

A localidade de coleta do Dryadobates erythropus é cerca de 550 quilômetros ao sul da espécie mais próxima, D. olfersioides, indicando que outras populações do gênero podem ter existido entre essas duas áreas. Essa descoberta ressalta a necessidade de explorar e conservar a biodiversidade nas regiões naturais do Brasil.

Museômica e DNA Histórico

O estudo utiliza técnicas de museômica, que incluem a extração de DNA histórico (hDNA) para entender a biologia e a evolução dos seres vivos. Apesar dos esforços, a extração de DNA do exemplar ressecado não teve sucesso devido ao estado de conservação inadequado, evidenciando a importância de métodos apropriados de preservação.

Contribuições Científicas Importantes

O trabalho não apenas enriquece a compreensão da biodiversidade brasileira, mas também homenageia as contribuições de cientistas como Doris Cochran e Doris Blake, que desempenharam papéis cruciais na pesquisa de anfíbios. Essa nova descrição de espécie é um lembrete da fragilidade da biodiversidade e da necessidade de proteção e conservação dos ecossistemas.

Leitura Complementar

O artigo completo intitulado A recently extinct new species of Dryadobates (Anura: Aromobatidae) from South Brazil pode ser acessado aqui.

Esse estudo é um alerta sobre a importância da conservação e a amostragem de áreas naturais para proteger a biodiversidade em regiões urbanas como Curitiba.

Informações da Agência FAPESP

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