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Descoberta de um ‘Vírus Gigante’ no Pantanal: O Que Você Precisa Saber

3 Min

Descoberta de Novo Vírus Gigante no Rio Paraguai: Naiavírus

Pesquisadores identificaram um novo vírus nas águas do rio Paraguai, considerado o maior com cauda já descrito pela ciência. Nomeado Naiavírus, esse "gigante microscópico" mede aproximadamente 1.350 nanômetros (nm), enquanto vírus comuns variam entre 20 e 200 nm.

Características do Naiavírus

O Naiavírus se distingue de outros patógenos, como o vírus da gripe ou o coronavírus, pois infecta exclusivamente amebas. Seu tamanho impressionante e sua estrutura única incluem um corpo envolto por um "manto" e uma cauda flexível que se dobra e elongada, permitindo uma aproximação eficaz das amebas para facilitar a infecção.

Genoma Inédito

Este novo vírus possui um genoma colossal com quase 1 milhão de pares de bases de DNA. Curiosamente, muitos genes do Naiavírus não possuem semelhança com sequências já registradas, sugerindo funções que se pensava serem exclusivas de células complexas, como bactérias e eucariotos, além de algumas similaridades com proteínas de plantas. Essa singularidade pode abrir portas para novos estudos evolutivos e biológicos.

A descrição do Naiavírus foi publicada na revista científica Nature Communications em 17 de setembro.

Colaboração e Pesquisa

O estudo foi liderado por Jônatas Abrahão, do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (ICB-UFMG), com apoio da FAPESP. O trabalho contou com a colaboração de instituições renomadas, incluindo o Laboratório Nacional de Biociências do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (LNBio-CNPEM), universidades Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Estadual Paulista (Unesp), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Virginia Tech (EUA) e o Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC-USP).

Implicações Futuras

Os cientistas afirmam que as proteínas do Naiavírus são resultado de uma divergência muito antiga, possivelmente próxima do surgimento da vida na Terra. Essas descobertas podem conduzir a pesquisas inovadoras e serem utilizadas para a produção de fármacos e enzimas com interesse biotecnológico. Além disso, podem contribuir para elucidar questões fundamentais da biologia, como o processo de eucariogênese e a formação de núcleos em células eucarióticas primitivas.

Coleta de Amostras

O grupo de pesquisa analisou 439 amostras de água até localizar sinais do vírus em uma amostra específica coletada no município de Porto Murtinho (MS).

Para saber mais, leia o artigo Naiavirus: an enveloped giant virus with a pleomorphic, flexible tail disponível em Nature.

Informações da Agência FAPESP

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