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Descubra Potenciais Alvos Terapêuticos para Tratamento de Câncer Infantil Raro

4 Min

Estudo Revela Biomarcadores em Tumores de Células Germinativas Pediátricos

Um estudo do Centro de Pesquisa em Oncologia Molecular (CPOM) do Hospital de Amor identificou biomarcadores que podem orientar o desenvolvimento de terapias personalizadas para tumores de células germinativas pediátricos (TCGs). Embora representem apenas 3% dos cânceres infantis, esses tumores são desafiadores devido à sua diversidade e à toxicidade dos tratamentos disponíveis.

Tratamento Atual e Desafios

Atualmente, o tratamento para TCGs envolve cirurgia e quimioterapia. Embora eficaz, essa abordagem não é igualmente benéfica para todos os subtipos de tumor e pode resultar em efeitos colaterais a longo prazo. Os pesquisadores analisaram o ambiente imunológico dos TCGs para entender como as células de defesa interagem com as células tumorais, buscando novos alvos terapêuticos, principalmente na área da imunoterapia.

Diversidade e Heterogeneidade dos TCGs

Tumores de células germinativas podem surgir em locais como ovários, testículos e sistema nervoso central, apresentando diferentes tipos histológicos. Essa variação ajuda médicos a definir diagnósticos e estratégias de tratamento mais eficazes. A pesquisadora Mariana Tomazini, responsável pelo estudo, enfatiza a dificuldade em estudar esses tumores raros devido à sua heterogeneidade.

Metodologia da Pesquisa

Financiada pela FAPESP, a pesquisa analisou amostras de 17 pacientes pediátricos diagnosticados com TCGs entre 2000 e 2021. Foram examinados 11 tumores ovarianos, três testiculares e três do sistema nervoso central, em comparação com quatro tecidos normais. Os resultados foram publicados na revista Frontiers in Immunology.

Perfis Imunológicos Distintos

Os cientistas avaliaram a expressão de cerca de 800 genes relacionados ao sistema imunológico e a presença de células imunes nos tumores. Os resultados mostraram que cada subtipo possui um perfil imunológico único, o que pode influenciar tanto o comportamento clínico quanto a resposta ao tratamento.

  • Disgerminomas: Apresentaram um ambiente imunologicamente ativo com linfócitos T CD8+. Esse subtipo possui maior potencial para responder a inibidores de checkpoint imunológico, já utilizados em outros tipos de câncer.

  • Tumores do Saco Vitelino (YST): Mostraram um ambiente mais imunossupressor, onde as células T estão esgotadas, resultando em maior agressividade.

  • Carcinomas Embrionários: Também apresentaram aumento de CD24, um marcador que pode ser alvo de novas terapias para restaurar a sensibilidade à quimioterapia.

Importância dos Resultados da Pesquisa

Os achados indicam que cada subtipo de TCG tem uma assinatura imunológica própria, abrindo caminho para tratamentos individualizados que minimizam efeitos colaterais. A pesquisa destaca a importância da identificação de novos biomarcadores para um diagnóstico mais preciso, possibilitando terapias-alvo mais eficazes e menos tóxicas para crianças.

Futuras Direções

Apesar de envolver um número pequeno de pacientes, os resultados são considerados um primeiro passo promissor. O grupo de pesquisadores planeja validar os achados em estudos multicêntricos, buscando expandir o número de amostras e avançar para ensaios clínicos focados em imunoterapias específicas.

O artigo completo, intitulado Immune profiling of pediatric germ cell tumors identifies key cell populations and novel therapeutic targets, está disponível em PubMed.

Informações da Agência FAPESP

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