Fragilidade em Idosos: Um Estudo Revelador em São Paulo
Um estudo publicado na revista European Geriatric Medicine revelou que quase 14% dos idosos em São Paulo estão em estado de fragilidade, uma condição crítica que aumenta o risco de quedas, hospitalizações e até morte. Os pesquisadores acompanharam 1.399 participantes por nove anos, evidenciando que a maioria dos afetados não apresentou melhora no estado de saúde e, em muitos casos, a fragilidade piorou.
Importância da Intervenção Precoce
Financiada pela FAPESP, a pesquisa utiliza dados do Estudo SABE (Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento) e enfatiza a necessidade de estratégias de prevenção e intervenção precoce. Com o envelhecimento da população brasileira – onde, segundo o IBGE, em 2023, 15,6% da população tinha mais de 60 anos – esta temática torna-se cada vez mais relevante.
Análise da Fragilidade
A doutora em gerontologia Gabriela Cabett Cipolli analisou dados de idosos entre 2006 e 2015, utilizando cinco critérios para avaliar a fragilidade: perda de peso não intencional, fadiga, fraqueza muscular, lentidão na marcha e baixa atividade física. Resultados mostraram que 13,7% dos participantes eram frágeis em 2006, e mais da metade (51,5%) faleceu até 2010.
Cipolli também usou modelos estatísticos para classificar os participantes em quatro trajetórias de fragilidade (estável, piorando, melhorando e flutuante). Apenas 1,3% dos idosos frágeis conseguiram reverter para um estado não frágil.
Sexo e Mortalidade
O estudo ainda revelou que homens apresentam maior risco de morte, apesar das mulheres mostrarem maior prevalência de fragilidade. Esta discrepância pode indicar uma maior resiliência entre as mulheres, dada sua tendência histórica de buscar mais assistência médica.
Associação com Saúde Mental
Além do físico, a fragilidade está interligada à saúde mental e cognitiva. Os idosos frágeis mostraram maior probabilidade de sintomas depressivos e baixo desempenho cognitivo, fatores esses que podem ser mediadores da fragilidade devido a processos inflamatórios e neurodegenerativos.
Conclusões e Recomendações
A pesquisa destaca a urgência de políticas públicas que promovam um envelhecimento saudável. Identificar precocemente os fatores de fragilidade pode levar a intervenções eficazes, como incentivo à atividade física, controle de doenças crônicas e monitoramento da saúde mental.
Os achados da pesquisa sublinham a necessidade de rastreamento frequente de fragilidade, promoção de atividades físicas e atenção à saúde mental, visando a melhoria da qualidade de vida e a redução da mortalidade entre os idosos.
Para mais informações, o artigo completo intitulado Frailty trajectories and mortality risk in community-dwelling older adults: a 9-year follow-up study está disponível em Springer.
Informações da Agência FAPESP
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