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Como a Deficiência de Vitamina D Aumenta em 22% o Risco de Lentidão na Caminhada na Velhice

5 Min

A deficiência de vitamina D é um alerta significativo para a mobilidade em pessoas idosas. Um estudo realizado pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e a University College London mostrou que idosos com níveis baixos de vitamina D apresentam maior risco de lentidão na marcha. Os resultados foram publicados na revista Diabetes, Obesity and Metabolism.

Importância da Velocidade da Marcha na Idade Avançada

A lentidão na caminhada, definida como menos de 0,8 metro por segundo (m/s), é um indicador crucial da mobilidade em idosos. Isso está associado à perda de independência, aumentos nas taxas de quedas, hospitalização e até mesmo mortalidade.

“Assim, a vitamina D se torna um marcador essencial para identificar precocemente o risco de lentidão na caminhada, alertando sobre possíveis dificuldades de mobilidade na velhice”, comenta Tiago da Silva Alexandre, professor da UFSCar. Ele enfatiza a necessidade de monitoramento dos níveis de vitamina D em contextos clínicos, especialmente para a população idosa.

Metodologia do Estudo

Os pesquisadores analisaram dados de 2.815 indivíduos com 60 anos ou mais, participantes do English Longitudinal Study of Ageing (ELSA). Inicialmente, os participantes não apresentavam problemas relacionados à velocidade da marcha. Os níveis de vitamina D foram medidos no início do estudo e a velocidade da marcha foi reavaliada ao longo de seis anos, permitindo a correlação entre a deficiência de vitamina D e a redução da velocidade da marcha.

Os achados indicaram que aqueles com deficiência de vitamina D (menos de 30 nmol/L) apresentaram um aumento de 22% no risco de lentidão em comparação com os que tinham níveis adequados (mais de 50 nmol/L). Para a insuficiência de vitamina D (entre 30 e 50 nmol/L), não houve associação com lentidão.

Fatores Multifatoriais da Lentidão na Marcha

Os pesquisadores destacam que a lentidão da caminhada é causada por múltiplos fatores e que a deficiência de vitamina D é um deles. “A vitamina D desempenha um papel fundamental no sistema musculoesquelético, regulando a entrada e saída de cálcio nas células musculares, essencial para a contração muscular”, explica Mariane Marques Luiz, que coordenou a pesquisa durante seu doutorado.

Além disso, a falta de vitamina D reduz a síntese de proteínas musculares, complicando ainda mais a manutenção da massa muscular nos idosos. A deficiência também afeta o sistema nervoso, impactando negativamente na transmissão de impulsos nervosos, o que pode aumentar a lentidão na marcha.

Monitoramento dos Níveis de Vitamina D na Idade Avançada

Os resultados do estudo confirmam que a deficiência de vitamina D é um fator de risco para a lentidão na marcha, independentemente de variantes como idade, sexo, raça, escolaridade, atividade física, tabagismo e doenças. “É fundamental monitorar esses níveis para um envelhecimento saudável. Contudo, é importante ressaltar que a lentidão é um problema multifatorial e que a suplementação excessiva de vitamina D pode ser tóxica”, alerta Alexandre.

A vitamina D tem ganhado destaque por seus diversos benefícios à saúde, como melhorar o sistema imunológico, cardiorrespiratório, neurológico e musculoesquelético. No entanto, existe um risco de desinformação sobre seus efeitos.

Conclusões

A vitamina D, embora não seja uma panaceia, é vital para o funcionamento de vários processos corporais. Com a idade, há uma diminuição natural na vitamina D circulante devido a fatores como a redução da biodisponibilidade da substância precursora e a diminuição do número de receptores nas células. Isso torna o monitoramento essencial para prevenir a perda de mobilidade e outras complicações associadas.

O artigo completo, Is serum 25-hydroxyvitamin D deficiency a risk factor for the incidence of slow gait speed in older individuals? Evidence from the English longitudinal study of ageing, pode ser acessado aqui.

Informações da Agência FAPESP

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