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Ferramenta Inovadora Prevê Eficácia de Medicamentos para Esclerose Múltipla em Pacientes

3 Min

Predição da Resposta ao Tratamento de Esclerose Múltipla com Natalizumabe

Pesquisadores brasileiros, em colaboração com instituições francesas, desenvolveram uma ferramenta inovadora que prevê a resposta ao tratamento de esclerose múltipla com o medicamento natalizumabe. Embora o fármaco seja eficaz, cerca de 35% dos pacientes não apresentam resposta completa ou sofrem recaídas dos sintomas após dois anos de tratamento. Além disso, o natalizumabe pode provocar efeitos colaterais significativos, como leucoencefalopatia multifocal progressiva, dores de cabeça, fadiga e depressão.

Avanços em Medicina de Precisão

A nova metodologia usada na pesquisa representa um avanço na medicina de precisão, permitindo tratamentos mais direcionados e personalizados, o que pode resultar em menor incidência de efeitos colaterais e redução de custos para o Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil. O natalizumabe, um anticorpo monoclonal, custa em média R$ 10 mil mensais por paciente no SUS e atua bloqueando a interação entre células do sistema imunológico e estruturas cerebrais, reduzindo a inflamação.

Descobertas sobre Células T CD8+

Com o uso de imagens de células de alto conteúdo (HCI), os pesquisadores identificaram que a remodelação da actina nas células T CD8+ está associada ao sucesso ou fracasso do tratamento com natalizumabe. Essas células, após a terapia, mostram uma morfologia alterada que pode influenciar a resposta ao medicamento. Os resultados do estudo foram publicados na revista Nature Communications.

Impacto na Qualidade de Vida dos Pacientes

Os pesquisadores destacam a importância dos resultados, que podem melhorar a qualidade de vida dos pacientes com esclerose múltipla, evitando tratamentos ineficazes e custos desnecessários. Com a introdução do "Agosto Laranja", o mês de conscientização sobre a esclerose múltipla, crescente atenção é dada à doença, que afeta aproximadamente 2,8 milhões de pessoas no mundo, incluindo cerca de 40 mil no Brasil.

Metodologia e Resultados do Estudo

A pesquisa utilizou HCI para extrair características detalhadas das células T de pacientes não tratados. A análise revelou 400 características morfológicas, com 130 mostrando relevância para prever a resposta ao tratamento. Os pesquisadores alcançaram 92% de acurácia para prever a resposta clínica, destacando a importância das células T CD8+ na avaliação da eficácia do natalizumabe.

Futuras Direções

Os pesquisadores pretendem expandir o estudo para incluir um número maior de pacientes de diversas regiões, além de buscar formas de tornar as técnicas de análise mais acessíveis. Há também o potencial de aplicar a metodologia para outras doenças, como no tratamento CAR-T contra o câncer.

Para mais informações, consulte o artigo completo: In vitro morphological profiling of T cells predicts clinical response to natalizumab therapy in patients with multiple sclerosis.

Informações da Agência FAPESP

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