Luiz Nunes de Oliveira: Trajetória de Destaque na Física
Luiz Nunes de Oliveira se formou na primeira turma do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da Universidade de São Paulo (USP), em 1973, com uma formação que destacou-se pela ênfase em atividades laboratoriais. Com apenas 20 alunos na turma, Nunes vivenciou um ambiente educativo entusiasmante e inovador.
Sua jornada acadêmica começou com sua contratação como auxiliar de ensino no ano seguinte, e logo se expandiu para o doutorado na Universidade de Cornell e no Instituto Nórdico de Teoria (Nordita), em Copenhague. Além disso, Nunes passou por um pós-doutorado nas universidades de Ohio e na Califórnia, em Santa Bárbara, onde trabalhou com Walter Kohn, laureado com o Prêmio Nobel de Química. Ele ressalta o impacto positivo que a formação internacional teve no IFSC, especialmente ao introduzir a física experimental em um ambiente predominantemente teórico.
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Atualmente, Nunes é professor titular do IFSC-USP e foi reconhecido 26 vezes com o prêmio Horácio Carlos Panepucci, concedido pelos alunos ao melhor docente de cada turma. Sua extensa carreira inclui cargos como pró-reitor de Pesquisa da USP (2001-2005), coordenador de área na FAPESP (1988-1992), editor-chefe do Brazilian Journal of Physics e coordenador científico da revista Pesquisa FAPESP. Atualmente, ele gerencia o programa Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs), que ele ajudou a implantar no início dos anos 2000.
Na FAPESP, Nunes também contribuiu para a inclusão da Fundação no consórcio do Southern Astrophysical Research Telescope (Soar), em Cerro Pachón, no Chile. Essa iniciativa transformou a astronomia brasileira, marcando a mudança de um telescópio de 1 metro, anteriormente disponível em Brazópolis, para um moderno telescópio de 4 metros.
O consórcio para a construção do Soar surgiu em 1995, após a desistência de uma das universidades envolvidas. José Fernando Perez, então diretor científico da FAPESP, formou um comitê com astrônomos renomados, incluindo Herch Moysés Nussenzveig. O comitê concluiu que o Brasil deveria ter um papel central no projeto, contribuindo com equipamentos e estratégias. João Steiner, professor titular do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG-USP), liderou essa iniciativa.
Para Nunes, a experiência adquirida com o Soar qualificou o Brasil para participar de consórcios ainda mais ambiciosos, como o telescópio Pierre Auger, localizado em Malargüe, na Argentina.
Além de seu trabalho acadêmico, Nunes compartilhou algumas memórias de sua adolescência, incluindo um intercâmbio estudantil na Califórnia. Durante esse período, ele se surpreendeu ao descobrir que o capitão do time de futebol de sua escola era o futuro ator Robin Williams, conhecido pelo filme Sociedade dos Poetas Mortos.
Para ler a íntegra da entrevista e explorar outras conversas, acesse: Centro de Memória FAPESP.
Informações da Agência FAPESP