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Trocar o Turno de Estudos Não Resolve Dificuldades de Atenção Acentuada em Estudantes

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Desempenho Escolar e Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH)

Estudos indicam que alunos que frequentam aulas à tarde tendem a apresentar um melhor desempenho escolar do que aqueles que estudam de manhã. Essa diferença é atribuída à maior sincronicidade entre os horários das aulas e o relógio biológico dos estudantes. No entanto, uma nova pesquisa sugere que essa conclusão não se aplica a crianças e adolescentes diagnosticados com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) ou sintomas associados.

Impacto do Turno Escolar no Desempenho

A pesquisa, que analisou 2.240 estudantes brasileiros com idades entre 6 e 14 anos, levou em consideração o desempenho em leitura e escrita, além de eventos escolares negativos como suspensão, repetência e evasão. Os resultados mostraram que a mudança do turno escolar não representa uma intervenção eficaz para o tratamento do TDAH. Segundo o especialista Maurício Scopel Hoffmann, chefe do Departamento de Neuropsiquiatria da Universidade Federal de Santa Maria, o desempenho acadêmico das crianças com TDAH não se altera significativamente entre o turno da manhã e o da tarde.

Comparação entre Turnos

A análise entre estudantes com e sem TDAH demonstrou que o turno da tarde beneficiou apenas aqueles com poucos sintomas. Os alunos com mais dificuldades de atenção mantiveram um rendimento acadêmico mais baixo, independentemente do turno em que estudavam. Assim, enquanto estudar à tarde pode melhorar o desempenho de alunos sem TDAH, para aqueles com a condição, o impacto é mínimo.

Dados Relevantes sobre o TDAH

Conforme informações do Ministério da Saúde, cerca de 7,6% das crianças brasileiras são afetadas pelo TDAH, que se manifesta por desatenção, hiperatividade e impulsividade. Estudos adicionais indicam que crianças com TDAH frequentemente enfrentam um ritmo de aprendizagem mais lento, resultando em dificuldades em áreas como leitura, escrita e matemática.

Estratégias Não Farmacológicas

Para auxiliar crianças e adolescentes com TDAH, Hoffmann destaca que existem medidas não farmacológicas que podem contribuir para a superação das dificuldades acadêmicas. Sem tratamento adequado, essas crianças podem enfrentar uma série de problemas ao longo da vida, incluindo maiores taxas de acidentes, dificuldades escolares e repercussões sociais.

Considerações Finais

A pesquisa conclui que simplesmente alterar o turno escolar não é uma solução viável para minimizar os efeitos do TDAH. O estudo revela a necessidade de intervenções mais profundas e personalizadas para apoiar estudantes afetados por essa condição. O artigo completo pode ser acessado aqui.

Palavras-chave:

TDAH, desempenho escolar, turnos escolares, intervenção, crianças, estratégia de aprendizado, Brasil, saúde mental.

Informações da Agência FAPESP

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