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Descoberta de Doença Óssea Mortal que Dizimou Dinossauros Pescoçudos no Interior de São Paulo

3 Min

Descoberta de Doença Óssea em Saurópodes do Cretáceo

Um conjunto de fósseis de saurópodes, os dinossauros pescoçudos, encontrado em Ibirá (SP) revela que a região propiciou condições para uma doença óssea mortal conhecida como osteomielite. Este estudo, apoiado pela FAPESP, identificou marcas dessa condição em fósseis de seis indivíduos datados de aproximadamente 80 milhões de anos.

Osteomielite em Dinossauros

A osteomielite é uma infecção óssea que pode ser provocada por diversos agentes patogênicos, como bactérias, vírus, fungos ou protozoários. Os ossos encontrados não apresentavam sinais de regeneração, indicando que os dinossauros provavelmente faleceram com a doença ativa. Este achado foi publicado na revista The Anatomical Record.

“Historicamente, poucos casos de doenças infecciosas em saurópodes foram documentados. Nossos espécimes são muito próximos no tempo e local, sugerindo que a área proporcionou condições favoráveis para a infecção de múltiplos indivíduos”, afirma Tito Aureliano, pesquisador da Universidade Regional do Cariri.

Características das Lesões

As lesões observadas variavam desde a medula óssea até a parte externa dos ossos. Elas apresentavam texturas esponjosas, indicando vascularização, o que as diferencia de outras patologias, como osteossarcoma e neoplasia óssea. Foram identificadas três manifestações de osteomielite anteriormente desconhecidas, incluindo protrusões com formatos variados, que poderiam indicar a conexão com músculos e pele, resultando em possivelmente sangramentos ou secreção.

Análises Pormenorizadas

O estudo contou com o suporte do Instituto de Estudos dos Hymenoptera Parasitoides da Região Sudeste Brasileira (IEHYPA-Sudeste), que utilizou microscópios eletrônicos para análises detalhadas. A equipe não identificou precisamente quais ossos eram analisados, mas confirmou que incluíam uma costela e partes inferiores de membros de saurópodes, variando entre espécies pequenas e grandes.

Previamente, em outra pesquisa, foi descrito um caso de infecção óssea em Ibirania parva, um pequeno saurópode da mesma região. Essa evidência sugere que a Formação São José do Rio Preto, caracterizada por um clima árido e corpos d’água rasos, favorecia a proliferação de patógenos, possivelmente transmitidos por mosquitos e água consumida pelos dinossauros.

Implicações para a Paleontologia

As descobertas deste estudo são valiosas para a paleontologia e arqueologia, pois ajudam a diferenciar manifestações de doenças em ossos e oferecem novas perspectivas sobre a saúde dos dinossauros e as condições ambientais de sua época.

Para mais informações, assista ao vídeo sobre o trabalho no canal Colecionadores de Ossos: Veja aqui. O artigo completo "Several occurrences of osteomyelitis in dinosaurs from a site in the Bauru Group, Cretaceous of Southeast Brazil" pode ser acessado em: Link para o artigo.

Informações da Agência FAPESP

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