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Descoberto Fóssil de Tartaruga Gigante no Acre: Revelações sobre o Passado

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Fóssil Raro de Tarturuga-Gigante Descoberto na Amazônia

Um fóssil excepcionalmente bem preservado de uma tartaruga-gigante, que viveu entre 10,8 e 8,5 milhões de anos atrás, durante o Mioceno, foi encontrado na região de Boca dos Patos, em Assis Brasil, no Acre. Essa descoberta representa uma contribuição significativa para o entendimento da biodiversidade da Amazônia pré-histórica.

Detalhes da Descoberta

A equipe de pesquisa, composta por paleontólogos, identificou uma carapaça da Stupendemys geographicus, a maior tartaruga de água doce conhecida. A carapaça, que possui dimensões de aproximadamente 1,70 metros de largura, pode chegar a quase 3 metros de comprimento. “Essa carapaça se destaca como uma das mais bem preservadas já encontradas, representando um registro impressionante dessa supertartaruga”, compartilha Annie Schmaltz Hsiou, uma das coordenadoras do projeto.

Contexto Geológico e Importância da Descoberta

A região conhecida por sítios fossilíferos, incluindo muitos tipos de fósseis, foi explorada por mais de um século. Contudo, a maioria dos achados anteriores consistiu em fragmentos. A descoberta de um espécime tão completo traz novas oportunidades para comparação com registros semelhantes, como aqueles encontrados na Venezuela. "A pesquisa será fundamental para entender se a tartaruga encontrada é a mesma espécie ou uma variação”, explica Carlos D’Apolito Júnior.

Implicações para a Biodiversidade

O Mioceno é uma época geológica crucial marcada pela rica fauna aquática e terrestre. Estudá-la fornece insights sobre a formação da biodiversidade na Amazônia e as transformações causadas pelas mudanças climáticas. “Quanto mais aprofundarmos nessa era geológica, melhor compreenderemos a evolução da fauna amazônica”, enfatiza Hsiou.

Desafios Logísticos da Expedição

A expedição exigiu considerável esforço logístico. A equipe precisou de um dia inteiro para navegar até o local de escavação, enfrentando o desafio das águas rasas. “Tivemos a sorte de encontrar o fóssil no primeiro dia”, comenta D’Apolito. Caso houvesse mais atrasos, as condições climáticas poderiam comprometer a integridade do material fossilizado.

Colaboração com Comunidades Locais

A interação com comunidades locais é fundamental para o projeto. Os moradores, que possuem conhecimento sobre locais fossilíferos, atuam como aliados na descoberta de novas espécies. Hsiou destaca a importância da educação ambiental nas comunidades, que são vistas como guardiãs do patrimônio paleontológico.

Próximos Passos na Pesquisa

Após o transporte do fóssil para a Universidade Federal do Acre, ele passará por análise científica antes de integrar a coleção da Ufac. Com cerca de 10 mil fósseis já catalogados, a equipe pretende continuar explorando rios e áreas remotas da Amazônia, buscando novas descobertas que ajudem a entender a evolução da vida na região. “Estamos animados com a possibilidade de encontrar fóssil ainda mais intrigantes nas áreas menos exploradas”, conclui Hsiou.

Conclusão

A descoberta desse fóssil da Stupendemys geographicus não apenas ilumina capítulos da história natural da Amazônia, mas também ressalta a importância da colaboração entre ciência e as comunidades locais na preservação e compreensão do passado paleontológico da região.

Informações da Agência FAPESP

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