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Como a Diminuição das Presas Contribuiu para a Extinção dos Tigres-Dentes-de-Sabre

Por Redação
3 Min

Impacto das Interações entre Predadores e Presas na Extinção de Tigres-Dentes-de-Sabre e Antilocaprídeos

Em dois novos estudos financiados pela FAPESP, pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) investigaram como as interações entre predadores e presas influenciaram a extinção dos tigres-dentes-de-sabre e a drástica redução da diversidade de antilocaprídeos, atualmente limitada ao antílope-americano.

Extinção dos Tigres-Dentes-de-Sabre

O primeiro estudo, publicado no Journal of Evolutionary Biology, utilizou dados fossilizados, estimativas de tamanho corporal e variações climáticas na América do Norte e na Eurásia nos últimos 20 milhões de anos. Os tigres-dentes-de-sabre, conhecidos por seus caninos alongados, eram predadores especializados na caça de grandes animais.

Os pesquisadores testaram a hipótese de que a extinção desses felídeos estaria relacionada ao fim da megafauna no final do Pleistoceno. Eles observaram que a extinção de várias espécies de dentes-de-sabre ocorreu principalmente em períodos de menor diversidade de presas.

Declínio dos Antilocaprídeos

O segundo estudo, publicado na revista Evolution, revelou que o aumento da diversidade de predadores correlacionou-se com a diminuição das espécies de herbívoros, especificamente dos antilocaprídeos. Historicamente, esses animais eram diversos na América do Norte, mas hoje apenas o antílope-americano (Antilocapra americana) sobrevive, um dos mais rápidos herbívoros do mundo.

A extinção da subfamília Merycodontinae, que ocorreu cerca de 6 milhões de anos atrás, coincide com o surgimento dos elefantes, que competiam com esses herbívoros por habitats florestais. Além disso, o declínio da subfamília Antilocaprinae está relacionado ao aumento da diversidade de felídeos, como o guepardo-americano.

Relação entre Predadores e Presas

Os estudos destacam a importância das interações predador-presa na macroevolução. Ambas as pesquisas foram facilitadas pela disponibilidade de dados sobre registros fósseis, que permitiram estimativas sobre a história evolutiva de grupos de grande porte.

Os dentes-de-sabre surgiram há 12 milhões de anos, alcançando um pico de diversidade com oito espécies coexistindo. No entanto, essa diversidade começou a declinar há 6 milhões de anos, especialmente em períodos de mudanças climáticas que transformaram ambientes florestais em áreas abertas, beneficiando animais ruminantes, enquanto herbívoros dependentes de vegetação arbórea enfrentaram desafios.

Implicações Futuras

Os estudiosos apontam que o aumento de predadores pode reduzir a abundância de presas, resultando em um ciclo que impacta a própria sobrevivência dos predadores. Esse conhecimento é crucial, especialmente considerando as atuais taxas de extinção e suas possíveis consequências para o ecossistema.

Os artigos "Variation in prey availability over time shaped the extinction dynamics of sabre-toothed cats" e "Open ecosystems expansion, competition, and predation shaped the evolution of Antilocapridae" estão disponíveis para leitura nos links Journal of Evolutionary Biology e Evolution.

Informações da Agência FAPESP

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