Pós-Doutorado no Brasil: Pesquisa sobre Mudança Climática e Tolerância Térmica
Em junho, Geleta Dugassa Barka iniciou seu segundo estudo de pós-doutorado no Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP). O projeto tem como foco encontrar soluções para a mudança climática, um dos maiores desafios globais da atualidade. Nos laboratórios da USP, Barka investiga maneiras de aumentar a tolerância térmica do tomateiro, uma cultura amplamente cultivada.
O pesquisador já possui experiência na área, tendo realizado um projeto similar com o café arábica na Jeonbuk University, na Coreia do Sul. Agora, ele pretende integrar suas experiências no Brasil, Coreia do Sul e Etiópia, seu país natal, onde também leciona na Adama Science and Technology University (ASTU).
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A trajetória de Barka no Brasil não é nova; ele já conduziu sua pesquisa de doutorado sobre tolerância termodinâmica de frutas e legumes tropicais na Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Minas Gerais. "A ideia é conectar os laboratórios da USP e da Jeonbuk University, aproveitando o conhecimento mútuo", comenta Barka.
Barka é um dos 25 pesquisadores contemplados por uma chamada de propostas da FAPESP, em colaboração com a Unesco e a Academia Mundial de Ciências (TWAS). O objetivo é fortalecer a cooperação científica entre nações, oferecendo bolsas de pós-doutorado para pesquisadores de países menos desenvolvidos, segundo a ONU.
Marcio de Castro, diretor científico da FAPESP, destacou a qualidade das propostas recebidas, mencionando que o número de projetos selecionados aumentou de 20 para 25.
Outro beneficiado foi Asmamaw Tesfaw Belay, também etíope, cujo projeto na Universidade Federal do ABC (UFABC) investiga a relação mutualista entre leguminosas e microrganismos simbióticos. O foco principal é entender o impacto das bactérias fixadoras de nitrogênio e identificar microrganismos que podem aumentar a produtividade agrícola.
No tema da leishmaniose, o projeto de Anwar Ibrahem Abdalrasul Alduma se propõe a desenvolver modelos experimentais na Faculdade de Medicina da USP para estudar o patógeno causador da leishmaniose cutânea atípica. Alduma, que traz expertise de sua doutoramento na Central China Normal University, busca interações relevantes entre os dois laboratórios.
O edital oferece uma bolsa não renovável de R$ 12 mil mensais por até 24 meses, além de um auxílio-instalação para os pesquisadores estrangeiros. Os selecionados desenvolverão suas pesquisas em instituições renomadas no Brasil, como a USP, UFABC, Unicamp e Embrapa, entre outras, e vêm de países como Afeganistão, Angola, Bangladesh, Etiópia, Iémen, entre outros.
Para mais detalhes sobre os contemplados, acesse o link: fapesp.br/17141/.
Essas iniciativas ampliam a colaboração internacional em ciência e tecnologia, focando em pesquisa essencial para a sustentabilidade e produção agrícola em um clima em mudança.
Informações da Agência FAPESP