Tragédia em Praia Grande Levanta Questões Sobre Segurança em Passeios de Balão
No último sábado (21), um trágico acidente com um balão da empresa Sobrevoar Serviços Turísticos na Praia Grande, em Santa Catarina, resultou na morte de oito pessoas e deixou outras treze feridas. O veículo pegou fogo durante o voo e foi forçado a realizar um pouso de emergência, que criou uma situação fatídica. As circunstâncias exatas do acidente ainda estão sendo investigadas. Entretanto, relatos de testemunhas sugerem que o fogo pode ter se originado devido ao uso inadequado de um maçarico auxiliar encontrado no cesto do balão, que, segundo informações, estava com o extintor de incêndio sem funcionamento adequado.
Em decorrência deste trágico evento, surgem questionamentos importantes sobre a segurança de voos de balão. É pertente perguntar: é seguro voar de balão? Inicialmente, a resposta para essa questão é afirmativa. De acordo com a Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA), voar de balão é considerado “a forma mais segura de transporte aéreo”. No Brasil, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) regulamenta esses voos como uma atividade esportiva e estabelece diretrizes necessárias para garantir a segurança.
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Entre essas regulamentações, destacam-se algumas fundamentais:
- Os condutores de balões devem possuir uma Licença de Piloto de Balão Livre (PBL);
- O balão precisa ter uma certificação de aeronavegabilidade, que atesta sua segurança e conformidade com os padrões regulatórios da aviação civil brasileira;
- O serviço deve ser oferecido por empresas registradas na ANAC;
- Os voos devem ocorrer apenas durante o dia sob boas condições visuais e com visibilidade adequada do solo, conforme estabelecimentos do Regulamento Brasileiro da Aviação Civil (RBAC) nº 103.
Apesar dessas regulamentações, os passeios de balão possuem um nível de risco significativo, pois a responsabilidade recai inteiramente sobre o operador. A falta de condições climáticas favoráveis, como ventos fortes e chuvas, pode tornar o voo extremamente perigoso.
Um bom entendimento sobre a estrutura de um balão pode ajudar viajantes a estarem mais informados. O balão é composto por um envelope de tecido, conhecido como a bolsa, um maçarico de duas bocas, instrumentos de navegação e botijões de gás propano, cada um capaz de alimentar o voo de um a dois minutos em uso contínuo. O cesto, feito de vime, é projetado para ser durável, leve e absorver impactos, ajudando a garantir um pouso seguro. A estrutura é mantida por cabos de aço que oferecem suporte adicional.
Em relação à capacidade, essa também é uma pergunta comum entre os interessados em voar. O tamanho do balão determina quantas pessoas ele pode comportar. Por exemplo, o balão envolvido na recente tragédia transportava 21 passageiros. Contudo, até o momento, as investigações descartam que esse número tenha contribuído para o acidente. Os balões grandes podem geralmente suportar até uma tonelada.
Antes de optar por um passeio de balão, algumas precauções devem ser observadas. Abaixo, segue uma lista do que atentar antes de embarcar:
- Verificar se a empresa de balonismo está homologada pela ANAC e possui o Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB);
- Verificar o limite de carga do balão e embarcar apenas se a quantidade de pessoas estiver dentro do permitido;
- Certificar-se de que as condições meteorológicas sejam favoráveis e preferir voos realizados no amanhecer ou entardecer;
- Solicitar a exibição da PBL ao operador;
- Confirmar que a licença do piloto esteja atualizada;
- Verificar a existência de seguro aeronáutico para voos comerciais;
- Prestar atenção nas instruções de segurança oferecidas pelo pessoal da empresa antes do voo. Se nenhuma orientação for dada, redobre a atenção com relação à qualidade do serviço.
Além de considerar os aspectos da segurança no momento do embarque, é importante reconhecer que a legislação não exige que os passageiros tenham um paraquedas. A falta desse equipamento é frequentemente uma preocupação para muitos potenciais passageiros.
Com o recente acidente, as autoridades de aviação e os operadores do setor serão pressionados a reavaliar padrões de segurança nas operações de balonismo. Assim, melhorar as diretrizes e garantir um voar seguro deve ser a prioridade de todos envolvidos nesse fascinante, mas arriscado, transporte aéreo.
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