No início de 2025, o asteroide 2024 YR4 chamou a atenção da mídia devido a uma pequena probabilidade de colisão com a Terra prevista para 2032. Desde que sua ameaça foi identificada, cientistas têm monitorado constantemente essa rocha espacial, buscando entender o risco que ela representa.
Este asteroide, que possui cerca de 60 metros de diâmetro, é similar em tamanho a um prédio de 20 andares. Descoberto em dezembro do ano anterior, em janeiro, a chance de ele atingir a Terra em 2032 era estimada em pouco mais de 1%. Isso significa que, de 100 simulações sobre sua trajetória, em uma, o asteroide colidia com o planeta. Embora o risco fosse considerado baixo, a preocupação persistia entre os especialistas.
Com o passar do tempo, a coleta de dados revisou essas primeiras análises. Em fevereiro, a hipótese de impacto subiu para 3,1%, mas logo começou a declinar, atingindo níveis praticamente insignificantes em junho, com uma menor que 0,0000081%. Ou seja, a perspectiva de um impacto infelizmente se esvaziou à medida que novos dados se tornaram disponíveis.
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Enquanto a possibilidade de colisão com a Terra diminuiu, as probabilidades de um encontro com a Lua aumentaram. Relata-se que, em fevereiro, o risco de impacto lunar estava em 1,7%, avançando para 4,3% em junho. Caso essa colisão ocorra, destroços ejetados do impacto poderiam eventualmente alcançar a Terra, embora a maioria se queimasse em nossa atmosfera, sem causar danos.
Para entender melhor como os cientistas medem as probabilidades de impacto de um asteroide, um artigo publicado no site The Conversation pelo Dr. Toshi Hirabayashi, professor associado de Engenharia Aeroespacial no Instituto de Tecnologia da Geórgia, revela que a técnica utilizada para estudar as órbitas dos asteroides é chamada astrometria. Essa técnica mede a posição dos objetos celestes com grande precisão, permitindo que os pesquisadores calculem suas trajetórias com uma margem de erro pequena, de alguns quilômetros.
Entretanto, a precisão inicial das medições apresenta suas limitações. Elas geram uma "nuvem" de possíveis trajetórias, formando uma área conhecida como "elipse de erro". Isso cria incerteza nas primeiras observações, que podem fazer a Terra parecer estar em perigo, mesmo que a rota central do asteroide diste bastante do planeta. Após mais observações, essa elipse tende a ficar menores e mais precisas.
Dr. Hirabayashi explica que, quando a Terra está dentro de uma elipse de erro diminuta, a chance de impacto se torna maior em comparação a quando está dentro de uma elipse grande. Inversamente, ao mesmo tempo que essa elipse se contrai e deixa a Terra fora dela, o risco disminui consideravelmente, como ocorreu com o asteroide 2024 YR4.
Embora a crescente diminuição de risco tenha se mostrado reconfortante, a mudança constante nos números, assim como o uso de terminologias técnicas, gerou muitas dúvidas entre o público geral. O especialista observa que a comunicação nessa situação deve ser clara e compreensível, pois muitos não conseguem entender o piano das probabilidades, gerando, por sua vez, inseguranças e temores infundados.
Para lidar com isso, Hirabayashi defende a importância de amplificar a informação em situações similares. A divulgação de índices que ajudem a avaliar a ameaça de impacto é uma alternativa sugerida. Além disso, é prudente aguardar por dados mais robustos antes de divulgar números.
Dessa maneira, o público pode ser tranquilizado, ao receber informações que abatem o pânico e promovem uma compreensão mais aprofundada do que ocorre no espaço. Existem discussões em curso sobre como estruturar a comunicação mencionada para melhorar a compreensão em massa de eventos astronômicos, especificamente aqueles que contêm um risco potencial.
Observando a astronomia sob os braços da ciência moderna e com uma sensibilidade na comunicação das descobertas, há uma esperança de que cada pequeno passo permitirá não só feas do risco atual, mas um aprimoramento geral na busca por maiores esclarecimentos sobre o nosso universo. O asteroide 2024 YR4, embora um tema delicado, provocou discussões relevantes sobre como devemos começar a dialogar.
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