Novo Gênero de Rã-Foguete Identificado na Mata Atlântica
Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), apoiados pela FAPESP, descreveram um novo gênero de sapinhos, chamado Dryadobates, que abriga o grupo conhecido como rã-foguete. O estudo revela que o que antes era considerado uma única espécie na Mata Atlântica é, na verdade, um conjunto maior, com pelo menos 12 a 16 espécies distintas. O trabalho foi publicado no Bulletin of the American Museum of Natural History.
Técnica de Análise de DNA Histórico
Os pesquisadores usaram técnicas avançadas para analisar DNA degradado, obtido de espécimes preservados em álcool ou formol, presentes em coleções de história natural. Essas técnicas, adaptadas de estudos de DNA antigo, têm gerado um impacto significativo na descoberta de novas espécies e na identificação de extinções recentes. A análise comparativa do genoma de exemplares de museus com os de rãs viventes em diferentes regiões da Mata Atlântica confirmou que a diversidade de sapinhos é muito maior do que se pensava.
Diversidade e Extinções
Os sapinhos coletados em museus pertencem a quatro espécies, das quais três parecem estar extintas. As demais vivem em diferentes partes da Mata Atlântica, principalmente nos estados do Espírito Santo e da Bahia. O professor Taran Grant, coordenador do estudo, destaca que a pesquisa evidencia a diversidade oculta e as extinções sombrias ocorridas na região, lamentando a perda de espécies que nem conhecíamos.
Impacto da Fragmentação da Mata Atlântica
A descoberta de múltiplas espécies, em vez de uma única amplamente distribuída, altera a perspectiva sobre a conservação da Mata Atlântica, uma área fragmentada e vulnerável à perda de habitat. A atual classificação de Allobates olfersioides como "menor preocupação" na lista de espécies ameaçadas da IUCN pode não refletir a realidade, uma vez que a pesquisa indica a extinção de várias das espécies.
O Futuro da Conservação das Espécies
A pesquisa também aponta que as três novas espécies identificadas, Dryadobates lutzi, Dryadobates bokermanni, e outras, precisam de monitoramento cuidadoso, dado que 25% das conhecidas deste gênero foram extintas nos últimos 50 anos. O grupo de pesquisa continua em busca de mais exemplares e evidências para classificar as seis novas espécies restantes.
Perspectivas de Novas Descobertas
Existem áreas de Mata Atlântica ainda não exploradas que podem abrigar novas espécies do gênero Dryadobates. O trabalho de campo segue a todo vapor, com a coleta de espécimes de diferentes sexos e fases de vida, essencial para uma classificação robusta e precisa.
Para ler o artigo completo "Museomics and the Systematics of the Atlantic Forest Nurse Frogs", acesse: Bulletin of the American Museum of Natural History.
Informações da Agência FAPESP
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