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Explorando Novas Perspectivas e Objetivos para Museus: Inovações e Desafios

4 Min

Seminário de Museologia França-Brasil Discute o Futuro dos Museus de História Natural

O Seminário de Museologia França-Brasil, realizado em Paris nos dias 12 e 13 de junho, foi um espaço de reflexão sobre a relevância dos museus de história natural no século 21. O evento, promovido pelo Museu Nacional de História Natural (MNHN) em colaboração com a FAPESP e a Universidade de São Paulo (USP), fez parte da programação da FAPESP Week França.

Importância Histórica dos Museus de História Natural

Os museus de história natural têm suas raízes no século 17, quando coleções de plantas, animais e artefatos foram enviadas para centros europeus, alimentando os “gabinetes de curiosidades” da nobreza. Estas coleções deram origem a instituições renomadas, como o Museu Nacional de História Natural em Paris e o Museu Britânico em Londres. De acordo com Eduardo Neves, diretor do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP, esse período foi marcado pela dominação europeia, seguida pela expansão neocolonialista.

Uma Abordagem Holística

Neves abordou a importância da integração de coleções arqueológicas, antropológicas, geológicas, zoológicas e botânicas, ressaltando que essa visão multidisciplinar permite uma compreensão mais ampla das interações entre humanos e meio ambiente. Ele destacou que os museus devem ser vistos como espaços essenciais para pesquisa, educação e diálogo, contribuindo para a formação de novas narrativas que considerem diferentes saberes culturais e históricos.

Perspectivas Indígenas sobre Biodiversidade

Uýra Sodoma, bióloga e artista visual, trouxe uma visão inovadora ao seminário, discutindo "as Amazônias" sob uma lente que une ciência e arte. Ela enfatizou que o diálogo entre mundos indígenas e ocidentais é fundamental, utilizando a arte para despertar a curiosidade e instigar discussões relevantes. Uýra destacou a importância de construir diálogos respeitosos e horizontais, onde todas as vozes possam se fazer ouvir, distantes de qualquer forma de exploração ou extração de saber.

Desafios e Oportunidades para Museus

Luís Fábio Silveira, vice-diretor do Museu de Zoologia da USP, alertou sobre a crise que os museus enfrentam, especialmente em relação ao declínio na coleta de espécimes. Ele afirmou que as coleções científicas são cruciais para diversas áreas do conhecimento, e a diminuição desta coleta pode impactar negativamente a ciência.

O Papel dos Museus na Preservação do Conhecimento

Silveira reforçou que os museus são mais do que meras vitrines: são guardiões do conhecimento e da biodiversidade. Ele chamou a atenção para a necessidade de manter curadores qualificados, capazes de interpretar as mudanças na biodiversidade, especialmente em tempos de crise ecológica.

Conclusão

Os museus de história natural enfrentam desafios significativos, mas também possuem um papel insubstituível na preservação do conhecimento e na compreensão das transformações ecológicas. A interseção de diferentes saberes e a promoção de diálogos respeitosos podem impulsionar uma nova era de aprendizado e colaboração, fundamental para o futuro da ciência e da preservação cultural.

Leia mais sobre a FAPESP Week França em fapesp.br/week/2025/france.

Informações da Agência FAPESP

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