O Legado do Renault Clio no Brasil
Os carros franceses costumam provocar reações diversas entre os brasileiros. Há quem os ame e há quem os odeie, com reputações que envolvem preconceitos e mitos. Aspectos como "mecânica complexa demais", "alto custo de manutenção" e "embreagem alta" são frequentemente mencionados. Esses mitos perduraram por anos, mas é vital instaurar conversas fundamentadas em fatos ao discutirmos o legado do Renault Clio.
Em sua jornada no país, o Clio se destacou como um verdadeiro sucesso de vendas. Ao longo de quase 20 anos de produção, o modelo concorreu com gigantes do setor automotivo, como Gol, Celta e Palio. Este hatchback chegou ao Brasil em 1996, emergindo como uma referência em sua categoria, além de recordar uma época em que os carros populares tinham bastante espaço nas calçadas tupiniquins.
De fato, uma pergunta persegue os entusiastas e excépticos dessa era automobilística: os carros populares eram realmente baratos? O que impressiona é que, mesmo considerando um período em que o Renault KWID é o porta-voz dos carros acessíveis, o Clio ainda provoca comparações. Os preços à vista e o valor do salário mínimo demonstram um contraste revelador no tempo.
Uma Breve Retrospectiva do Clio
O Renault Clio é um marco no segmento automotivo europeu que ainda permanece relevante. Mesmo em 2024, ele viu mais de 240 mil unidades de sua nova geração serem vendidas. Bom lembrar que seu lançamento no Brasil era esperado com ansiedade. O modelo deu os primeiros passos por aqui após a importação de unidades argentinas, antes de ser montado na fábrica de São José dos Pinhais (PR) em 1999.
Veículos da segunda geração do Clio, lançada posteriormente, determinaram a fama do carro no território brasileiro. Ese modelo era admirado não apenas pelo acabamento elogiável, mas também pela inclusão de airbags dianteiros, mesmo nas versões mais simples. Entretanto, o Clio, ao longo dos anos, foi perdendo espaço para novos competidores no mercado. Em 2007, sua produção foi transferida novamente para a Argentina, culminando em sua saída de produção em 2016 na América do Sul, fazendo sua despedida virar um triste episódio na memória automobilística brasileira, com apenas 43 emplacamentos no último ano.
Analisando Preços e Diferenças
Muitas memórias afetuosas circularam sobre o Clio, baseadas, em grande parte, em suas características acessíveis. Fui além e investiguei o preço de lançamento do Clio RN em 2001. Segundo uma matéria da Folha de S.Paulo, o modelo, equipado com motor 1.0 16V, saía pelo valor de R$ 19.490,00. Essa quantia talvez incite muitos a desejar o modelo novamente. Contudo, ao corrigir este preço com base no IPCA, chegamos a aproximadamente R$ 83.599,15 nos padrões atuais.
A realidade se torna ainda mais transparente ao considerar o salário mínimo de R$ 180 naquela época. Portanto, para adquirir um Clio, era necessário equivaler a 108 salários mínimos. Enquanto isso, o Renault Kwid de 2025 possui valores entre R$ 79.790 e R$ 86.590. Para isso, um comprador precisaria de apenas 52 mais recentes salários mínimos, cujo valor atual gira em torno de R$ 1.518.
Essa comparação resulta sempre em questionamentos atingindo o conceito de "carro popular". Não restam dúvidas de que o Kwid, regra geral, parece ter uma proposta de acesso melhor do que o próprio Clio teve em seu auge. Vale ressaltar que muitas das narrativas sobre carros populares nos anos 2000 podem não ter passado de uma falácia.
Considerações Finais
A presença do Renault Clio é um marco na história automotiva brasileira, ressoando memórias de um passado protagonizado por modelos que agradaram e chamaram a atenção de muitos. Assim, sua trajetória acumulou sucessos e desafios, refletindo as transformações do mercado automotivo nacional. O Clio prova que nem só de mitos vive a história de um modelo. hilando suas complexidades e simplicidades.
O que antes simbolizava a popularização do automóvel talvez se manifeste de forma inteiramente diferente, levando os amantes da cultura agroautomobilística nacional a freneticidades diversas por qualidades não tão evidentes assim na atualidade. Inclusive, já se percebe uma queda no chamado "preconceito", com uma nova audiência começando a enxergar potencial e viabilidade nos carros franceses, pasando recentemente por uma umquiz da Renault: o sublime Kwid. Assim, o Clio já integra a lista de memórias e simbolismosixos da indústria automobilística.
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