Nvidia e a Evolução da Inteligência Artificial na Europa
Na recente edição da Viva Technology em Paris, Jensen Huang, fundador e CEO da Nvidia, discorreu sobre a evolução da inteligência artificial (IA) e os investimentos estratégicos da empresa na infraestrutura de IA na Europa.
As Ondas da Inteligência Artificial
Durante sua palestra, Huang delineou duas ondas tecnológicas: a IA de percepção, que interpreta dados através de visão, som e linguagem, e a IA generativa, capaz de criar textos, imagens e códigos. No entanto, ele introduziu uma nova fase: a IA agêntica. "A robótica, como materialização física dessa nova onda, está chegando em breve", afirmou Huang.
Transformação dos Data Centers em ‘Fábricas de IA’
Huang evidenciou que os data centers estão se convertendo em "fábricas de IA", deixando de ser meras ferramentas de suporte para se tornarem unidades de produção ativas. Ele destacou inovações como a microarquitetura de GPUs Blackwell, projetada para atender demandas crescentes em treinamento e inferência de IA. "Nunca produzimos supercomputadores como esses antes – e isso é apenas o começo", destacou.
O Papel da Europa na Produção de IA
A Europa está passando de consumidora a produtora de tecnologias de IA, uma transformação enfatizada por Huang. A Nvidia está colaborando com grandes empresas como Orange e Telefónica para implantar infraestrutura avançada na região. "A Europa reconheceu a importância de desenvolver sua própria infraestrutura de IA", afirmou.
A expectativa é que, em dois anos, a capacidade de computação em IA na Europa aumente dez vezes, com destaque para a parceria com a startup Mistral AI, que busca criar uma nuvem dedicada à IA generativa.
Desafios da Especialização em IA
Huang também abordou a crescente especialização necessária na implementação de IA. À medida que modelos de linguagem se tornam mais otimizados para áreas específicas como direito e medicina, a gestão e a implementação se tornam mais complexas.
A Primeira Nuvem de IA Industrial
Huang anunciou planos para construir a primeira nuvem de IA** industrial do mundo na Europa. "Tudo que for físico será primeiro construído virtualmente", disse ele, prevendo um futuro onde fábricas e sistemas industriais serão desenvolvidos digitalmente antes de sua implementação.
USP e FAPESP na VivaTech
A Universidade de São Paulo (USP) e a FAPESP marcaram presença na 9ª edição da VivaTech, com um estande de 100 metros quadrados, apresentando inovações em áreas como agricultura, clima, energia e saúde. O estande também contou com professores da USP, que participaram de mesas-redondas, divulgando tecnologias desenvolvidas por seus centros de excelência.
Temas Centrais de 2025
Entre os tópicos abordados na edição de 2025 da VivaTech estão:
- A Revolução da IA em Ação: Avanços em robótica, desinformação e sustentabilidade.
- Indústrias Criativas: O impacto da tecnologia em música, cinema e jogos.
- Tech Cares: Inovações de bem-estar, como IA aplicada em medicamentos.
O presidente francês, Emmanuel Macron, também visitou o evento, que conta com renomados nomes da tecnologia, como Yann LeCun (Meta) e Joe Tsai (Alibaba).
Top 100 Rising European Startups
A VivaTech apresentou o “Top 100 Rising European Startups”, destacando startups com potencial transformador em diversos setores. O ranking incluiu empresas de 13 países, com destaque para Alemanha, França e Reino Unido. As selecionadas passaram por um programa de aceleração durante o evento, ampliando suas oportunidades de networking.
A participação da FAPESP na VivaTech faz parte da FAPESP Week França. Para mais informações, acesse fapesp.br/week/2025/france.
Informações da Agência FAPESP