Aviação Sustentável: O Futuro das Aeronaves Elétricas e Híbridas
Nos próximos anos, a aviação poderá ser revolucionada com a introdução de aeronaves com propulsão elétrica ou híbrida. Tecnologias inovadoras em desenvolvimento por uma startup do Parque Tecnológico de São José dos Campos, em São Paulo, estão na vanguarda dessa transformação.
Tecnologia em Desenvolvimento
A startup Ocellott, apoiada pelo Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), está investindo na criação de baterias e sistemas de distribuição elétrica de alta tensão. Isso inclui caixas eletrônicas, conversores de potência e controladores voltados para a eletrificação no setor de aviação.
A participação da Ocellott em eventos internacionais, como a FAPESP Week França e a feira de tecnologia VivaTech em Paris, busca dar visibilidade a esses projetos. Na VivaTech 2025, que ocorrerá de 11 a 14 de junho, a empresa apresentará suas inovações a potenciais clientes do setor aeronáutico.
Protetores de Surto e Baterias de Emergência
A Ocellott desenvolveu dispositivos protetores de surto contra descargas atmosféricas, já utilizados em aeronaves como os jatos executivos Praetor e o cargueiro KC-390 da Embraer. Os engenheiros também estão criando baterias de emergência para permitir procedimentos de emergência em caso de pane elétrica.
Além disso, a empresa trabalha em baterias específicas para motores de aeronaves elétricas e híbridas, incluindo os eVTOLs (veículos elétricos de decolagem e aterrissagem vertical), comumente conhecidos como “carros voadores”.
Desafios da Eletrificação Aeronáutica
A expectativa é que aeronaves elétricas e híbridas comecem a operar nos próximos dois a três anos. No entanto, desafios técnicos, como o desenvolvimento de baterias mais leves e seguras, precisam ser superados. A transição para um sistema de alta tensão é crucial, dado que a maioria dos sistemas atuais opera em baixa tensão.
Sustentabilidade e Impactos Ambientais
Uma preocupação significativa é o impacto ambiental do descarte de baterias. Ocellott investiga a possibilidade de reutilizar as baterias após o término de sua vida útil em aeronaves. Por exemplo, baterias que não são mais adequadas para voar poderiam ser utilizadas para eletrificar comunidades, proporcionando uma solução sustentável e econômica.
Atualmente, a aviação representa de 2% a 4% das emissões globais de gases de efeito estufa (GEE). A introdução de aeronaves elétricas e híbridas pode reduzir essas emissões pela metade ao longo do tempo. Embora a transição não aconteça de forma imediata, a expectativa é que, em 30 a 40 anos, a eletrificação transforme significativamente o setor aeronáutico.
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Informações da Agência FAPESP