Nanopartículas de Prata do Fungos Trichoderma reesei: Uma Promissora Alternativa no Combate à COVID-19
As nanopartículas de prata, produzidas pelo fungo Trichoderma reesei, têm potencial para atuar na prevenção e tratamento da COVID-19. Pesquisas com hamsters mostraram que essas nanopartículas inibiram a infecção e reduziram a carga viral nos pulmões, aliviando a inflamação.
Desenvolvimento de Produtos Inovadores
O estudo, financiado pela FAPESP, abre possibilidades para a criação de sprays nasais e outros produtos para combater várias doenças virais, incluindo HIV/Aids, herpes-zóster e gripe. A atração da nanopartícula de prata por proteínas a torna foco de interesse para a indústria farmacêutica, pois pode inibir a progressão de diferentes doenças.
Mecanismo de Ação
Análises computacionais revelaram que essas nanopartículas se ligam à proteína spike do vírus SARS-CoV-2, essencial para a entrada do vírus nas células. Isso resulta na inibição de 50% da infecção. Além disso, estudos em hamsters indicaram que, além de prevenir a COVID-19, as nanopartículas melhoram a inflamação pulmonar aguda, uma complicação grave da doença.
Prevenção da Resposta Inflamatória
Os pesquisadores descobriram que as nanopartículas de prata evitam a ativação do inflamassoma, um complexo proteico responsável por respostas imunológicas excessivas, e a produção de interleucina-1beta (IL-1β), uma proteína envolvida na inflamação. Embora ainda seja necessário aprofundar a compreensão sobre o mecanismo de ação, os resultados sugerem que essas nanopartículas podem reduzir o dano celular associado à COVID-19.
Colaboração e Sustentabilidade
A pesquisa foi realizada em parceria com instituições como a Fiocruz e a Universidade Federal de Alagoas. O Trichoderma reesei é utilizado para transformar celulose em glicose, e no laboratório, ele se multiplica em condições de baixo oxigênio, resultando na produção de nanopartículas esféricas de prata. Este método sustentável evita o uso de produtos químicos tóxicos.
Aplicações Futuras
O estudo sugere que as nanopartículas de prata podem ser aplicadas em vários setores, incluindo saúde e agricultura. Embora o custo da prata seja elevado, a produção em larga escala pode oferecer soluções de baixo custo. A dosagem é controlada para garantir segurança, com evidências de que o corpo elimina o metal após algumas semanas.
Os pesquisadores planejam patentear uma formulação farmacêutica e iniciar testes clínicos, expandindo o escopo de aplicação para outras doenças virais além do SARS-CoV-2.
Leitura Adicional
O estudo intitulado "Biogenic silver nanoparticles produced by Trichoderma reesei inhibit SARS-CoV-2 infection, reduce lung viral load and ameliorate acute pulmonary inflammation" pode ser acessado em ScienceDirect.
Essa inovadora abordagem com nanopartículas de prata representa uma esperança significativa na luta contra patologias virais e pode transformar o campo da biotecnologia e farmacologia.
Informações da Agência FAPESP