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Estamos enfrentando a sexta extinção em massa atualmente

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A natureza da extinção é um tema que permeia tanto a história biológica do planeta quanto a atualidade. De acordo com o Museu de História Natural de Londres, um evento de extinção em massa ocorre quando espécies desaparecem de forma acelerada em relação a suas reposições. Em mais de 4,5 bilhões de anos, a Terra conheceu essa realidade em cinco ocasiões. Dentre elas, a mais emblemática foi a extinção dos dinossauros, resultado do impacto de um enorme meteoro na Península de Yucatán, no que hoje conhecemos como México. Estima-se que esse evento levou ao desaparecimento de quase 80% da flora e fauna da época.

É vital ressaltar que o desaparecimento de espécies é um fenômeno natural, mas que deve ocorrer em baixa proporção. Pesquisas indicam que uma taxa normal de extinção varia entre 0,1 a 1 espécie a cada 10 mil espécies ao longo de 100 anos. Isso implicaria uma perda de cerca de 10 a 100 espécies nesse período. Contudo, nos últimos anos, essa média diminuiu de forma alarmante. Segundo especialistas, a atual taxa de extinção gira em torno de 27 mil espécies, o que ocorre em meio a preocupações com a possibilidade de protagonizarmos a sexta extinção em massa.

### O Homem Como Vilão da História

Hoje, mais de 30% das espécies de plantas e animais catalogadas estão ameaçadas. Os responsáveis por essa situação, de acordo com especialistas, somos nós, a humanidade. De forma análoga aos asteroides que extinguiram os dinossauros, nossa atuação tem causado danos irreversíveis ao meio ambiente. Incêndios florestais, devastação de florestas para cidades, expansão agrícola excessiva, pesca predatória e destruição da camada de ozônio são apenas algumas das contribuições da ação humana à crise ambiental atual.

Esses fatores têm uma consequência direta e devastadora. Como afirmado pelo Museu de História Natural de Londres, “desde a Revolução Industrial, a pressão sobre a natureza tem sido intensificada pelo uso ostensivo de recursos, sem consideração pela sua recuperação.” Isso gera um efeito-cascata, em que a extinguição de determinadas espécies resulta na instabilidade de ecossistemas inteiros.

O desmatamento da Amazônia, por exemplo, pode oriundar a extinção de até 10 mil espécies no Brasil. Esse colapso afetará tanto a biodiversidade quanto a disponibilidade de recursos naturais. Os polinizadores, essenciais para a produção de alimentos, têm diminuído em número. Essa perda prejudica os herbívoros, que, consequentemente, veem suas populações diminuírem. Assim, carnívoros também ficam afetados em consequência da redução de suas presas.

### As Grandes Extinções na História

Historicamente, são considerados cinco grandes eventos de extinções em massa. A primeira ocorreu há 440 milhões de anos, entre os períodos Ordoviciano e Siluriano. Com recursos biológicos majoritariamente aquáticos, o planeta sofreu uma redução do nível dos mares, queda nas temperaturas e movimentação continental.

A segunda extinção em massa, há cerca de 390 milhões de anos, também deixou impactos profundos, varrendo aproximadamente 80% dos seres vivos. Apesar da falta de consenso sobre suas causas, o evento se deu em meio a uma biodiversidade rica, que incluía plantas, insetos e os primeiros vertebrados terrestres.

O terceiro evento ocorreu há 250 milhões de anos, durante o período Permiano, e é conhecido como “A Grande Morte”. Com previsões de extinção de 95% das espécies, causas remotas como aquecimento global, aumento da acidez dos oceanos e erupções vulcânicas foram identificadas.

Durante o período Triássico, uma enorme atividade geológica devido à separação da Pangeia desencadeou a quarta extinção em massa. Aproximadamente 75% das espécies desapareceram, criando espaço para novas faunas, dentre elas a heraldaria dos dinossauros.

O mais conhecido evento de extinção em massa, o quinto, culminou na aniquilação dos dinossauros. Essa tragédia ambiental foi causada pelo impacto de um asteroide há 65 milhões de anos, que levou à extinção de criaturas que dominaram o planeta por milhões de anos.

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### Conclusão

Diante de todas essas informações, resta claro que o impacto humano no meio ambiente ultrapassa um mal até então natural. O destino do planeta e suas diversas formas de vida agora se entrelaçam com decisões conscientes ou inconscientes da espécie humana. A evolução, que se construiu em bilhões de anos, pode sofrer retrocessos irreversíveis se ignorarmos esses alertas. A atuação na preservação e recuperação dos ambientes naturais é mais necessária do que nunca, caso queiramos evitar que escrevamos um capitulo apocalíptico na história do nosso mundo.

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