Bradford Smith: O Pioneiro da Comunicação Moderna com o Chip Neuralink
Bradford Smith, um paciente que enfrenta a esclerose lateral amiotrófica (ELA), tornou-se o primeiro indivíduo não verbal a utilizar um implante cerebral da Neuralink. Esse avanço tecnológico permite que ele se comunique apenas com os pensamentos. A Neuralink, uma empresa de Elon Musk, desenvolveu essa tecnologia inovadora, que está em fase de testes clínicos com humanos desde 2024.
A ELA impossibilitou Smith de se movimentar e falar, mas ele encontrou uma nova forma de expressão. Em um vídeo publicado em sua conta no X (antigo Twitter), ele mostrou como agora consegue "digitar com o cérebro". Nesse vídeo, a ajuda da inteligência artificial foi fundamental. Uma versão clonada de sua voz narrou seu conteúdo, uma demonstração do futuro das comunicações assistivas.
No seu post, Smith destacou: "Sou o terceiro na história a receber o implante da Neuralink. Sou o primeiro com ELA e também o primeiro não-verbal." Ele afirmou que este dispositivo é sua principal forma de comunicação e expressou sua felicidade ao afirmar que está "digitando isso com o cérebro". Para ele, a novidade representa liberdade, esperança e uma comunicação mais rápida.
O dispositivo tem o tamanho de cinco moedas empilhadas e é inserido diretamente no crânio do paciente. Fios flexíveis conectam o implante ao córtex motor, a área responsável pelo controle dos movimentos. Esses fios captam a atividade neural e enviam os sinais, sem fio, para sistemas externos. Algoritmos de aprendizado de máquina convertam esses sinais em comandos utilizáveis.
Smith é o terceiro ser humano a passar por esse procedimento e o primeiro a fazê-lo em virtude da ELA. Ele adianta que seu uso integral do dispositivo comprova sua completa dependência dele para se comunicar. "Com essa conexão, sou capaz de interagir mais efetivamente com as pessoas ao meu redor", explicou.
Os resultados iniciais de seu uso são animadores. Em um comunicado divulgado em fevereiro, a Neuralink destacou que Bradford já utilizou o dispositivo para interagir em uma variedade de atividades cotidianas. Dentre elas, assistiu à vitória de seu filho em uma competição de robótica, conversou com vizinhos em um parque, e até fez uma palestra seguida de uma sessão de perguntas e respostas em sua igreja.
A empresa também trabalha no desenvolvimento de um sistema de comunicação, em colaboração com Smith, que une modelos de linguagem com novas estratégias de decodificação neural. O objetivo é alcançar uma velocidade de conversa mais similar ao ritmo natural da fala.
Após obter autorização da Food and Drug Administration (FDA) em maio de 2023, a Neuralink deu início aos seus experimentos clínicos em humanos. Os ensaios continuam ativos nos Estados Unidos e no Canadá, e a empresa planeja futuras investigações, incluindo a ampliação de suas operações para o Reino Unido.
A tecnologia Neuralink representa um salto significativo nas aplicações de interfaces cérebro-máquina. À medida que esses testes em humanos avançam, a expectativa é que mais pacientes possam usufruir desse tipo de comunicação em um futuro próximo.
Bradford comparte sua experiência dando ênfase à transformação que o dispositivo trouxe à sua vida. Ele concluiu sua mensagem no X com um chamado à interação: “Pergunte o que quiser!”. O encorajamento de Smith é uma reflexão da sua nova realidade, onde as limitações impostos pela ELA não são46 mais barreiras, mas sim desafios que acompanham sua jornada em busca de autonomia e conexão.
Com esse avanço, o potencial da tecnologia quebra paradigmas e abre um enorme leque de possibilidades no âmbito da saúde e interação social, com um impacto profundo na compreensão das limitações humanas e as possibilidades da tecnologia. Assim, Bradford Smith não é apenas um paciente que superou limitações físicas; ele é um símbolo de esperança e inovação que merece ser acompanhado de perto.