A tão aguardada segunda temporada de “The Last of Us” chegou, e os fãs já foram testados emocionalmente desde os primeiros momentos. Para aqueles que conhecem o jogo homônimo da Sony, a brutalidade e a intensidade de certos eventos não são surpresa. O desfecho na série traz uma carga emocional pesada, repleta de brutalidade, tristeza, raiva e pesar.
ALERTA DE SPOILERS: a partir deste ponto, informações cruciais sobre a trama serão reveladas, o que pode prejudicar a experiência de quem ainda não assistiu.
Uma das primeiras e mais impactantes cenas exibidas na nova temporada é a morte de Joel. O personagem, interpretado por Pedro Pascal, que conquistou o público na primeira temporada, é brutalmente assassinado por Abby, uma nova personagem apresentada na história. Abby não traz apenas um desejo de vingança, mas um passado sombrio que a motiva em sua busca por justiça.
O motivo da brutalidade é o seguinte: Joel matou o pai de Abby, que era o cirurgião dos Vaga-lumes. Ele seria responsável pela operação que poderia levar à cura da infecção dizimando a humanidade. Essa ligação emocional e trágica torna a cena de sua morte ainda mais pesada.
A narrativa tem início com Joel e Dina, interpretada por Isabela Merced, em uma patrulha de rotina em meio a uma intensa nevasca. Durante essa expedição, Abby, que observava de longe, acaba chamando a atenção de uma horda de infectados enquanto tenta se aproximar deles. O que começava como uma simples patrulha rapidamente se transforma em uma perseguição frenética, onde a sobrevivência se torna a única preocupação.
No meio do caos, Joel, sem saber da verdadeira identidade de Abby, a salva de uma mordida. Embora ela pareça ontem relativa aos dois, Abby revela seu real objetivo quando os leva para um esconderijo onde seu grupo a estava aguardando. A tensão no ambiente aumenta dramaticamente, sugerindo que um confronto era inevitável.
Quando Dina apresenta Joel a Abby, as dinâmicas mudam drasticamente em questão de segundos. O alvo tensionado aparece a poucos passos diante de Abby. Sem hesitar, ela agarra sua arma e atira no joelho de Joel, imobilizando-o. Após isso, Dina é sedada em seguida para impedir qualquer tentativa de alarde.
Estar à mercê de Abby é uma experiência devastadora para Joel. Em um ato de excelente narrativa, ela escolhe um taco de golfe e, num ímpeto cruel, começa a espancá-lo. Essa cena não se destaca apenas pela brutalidade, mas também por sua simbologia, refletindo a violência e a complexidade das emoções que permeiam a série. Enquanto isso, Ellie, desesperada em busca de seu acompanhante, chega ao esconderijo, mas já é tarde demais para salvar Joel.
Ao adentrar, Ellie se depara com um Joel desfigurado e à beira da morte. Sem chance de salvá-lo, ela é imediatamente contida pelo grupo de Abby. Em um momento extremo, Abby dá o golpe fatal, acertando o pescoço de Joel com o cano de uma espingarda serrada. Essa culminância ajudou a solidificar esse ato como o ápice da tragédia da trama.
A morte de Joel não se restringe apenas a um evento. Ela representa também o catalisador para o desenvolvimento de temas mais amplos como perda, raiva, culpa e redenção. Resulta em uma intenso reflexo dos dilemas humanos que a série sempre buscou explorar, demonstrando que “The Last of Us” supera o mero entretenimento. Essas temáticas, há muito já consideradas centrais, continuam a estruturar a narrativa da série, proporcionando um tratamento sensível e complexo a questões difíceis.
Paradoxalmente, enquanto a série exibe a perda, também estabelece a importância da perseverança e do amor frente ao desespero. Com atuações cada vez mais impactantes e uma produção caprichada, “The Last of Us” promete não apenas prender a atenção de seu público, mas fazer refletir sobre a fragilidade da vida e os laços humanos em tempos de crise.