O rover Perseverance, da NASA, está coletando amostras em Marte que devem chegar à Terra em uma futura missão complexa. Antes mesmo de buscarmos rochas marcianas, já recebemos algumas do Planeta Vermelho.
As rochas meteoritas NWA 7034 e NWA 7533 foram encontradas no Deserto do Saara há anos. Análises dessas rochas e seus elementos revelaram detalhes inéditos de Marte. Um estudo recente sobre o meteorito 7533 indicou a origem dos continentes do Planeta Vermelho.
Esse estudo, publicado na Nature Geossience em 21 de janeiro, mostrou que a maioria dos meteoritos marcianos analisados continham basalto, indicando um processo de resfriamento semelhante à formação da crosta oceânica da Terra.
Até então, acreditava-se que Marte não possuía continentes como a Terra, mas investigações com o rover indicam uma crosta rica em sílica em sua história inicial. A presença de quartzo no meteorito 7533 comprova essa teoria, semelhante às rochas terrestres mais antigas.
A especialista em meteoritos do Museu Francês de História Natural, Brigitte Zanda, explica que os protocontinentes se formaram em Marte devido a impactos que derreteram a crosta marciana, formando rochas mais ricas em sílica.
A presença de água na crosta marciana indicada pela formação das rochas também revela que processos semelhantes aos terrestres ocorreram em Marte, porém em um tempo mais curto devido ao tamanho do planeta.
Curiosamente, as rochas marcianas são mais antigas do que as terrestres, que foram erodidas pelos processos climáticos da Terra. Os modelos físicos indicam que Marte e a Terra possuíam condições climáticas e processos geológicos semelhantes.
A compreensão do processo de diferenciação das rochas marcianas e dos processos geodinâmicos que levaram à evolução dos continentes ainda é um mistério que requer mais pesquisas. No entanto, a análise do meteorito 7533 oferece pistas valiosas sobre a formação de Marte.
A investigação contínua dessas rochas marcianas traz insights importantes sobre a evolução de nosso vizinho planetário e nos permite entender melhor a história geológica de Marte. Esperamos que as futuras missões espaciais tragam mais descobertas sobre a formação e a evolução do Planeta Vermelho.
