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Ação contra parasita da leishmaniose visceral: composto derivado de planta brasileira em destaque

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Um composto derivado da planta brasileira Nectandra leucantha, também conhecida como canela-seca ou canela-branca, apresenta potencial no tratamento da leishmaniose visceral. A doença é endêmica em países pobres, como o Brasil, e é transmitida por picada de insetos, desencadeando sintomas como febre prolongada, aumento do fígado e baço, anemia e fraqueza muscular.

O estudo, realizado por pesquisadores brasileiros, ingleses e portugueses e publicado na revista Antimicrobial Agents and Chemotherapy, demonstrou que o composto tem a capacidade de eliminar seletivamente o parasita Leishmania infantum, causador da doença, sem afetar a célula hospedeira.

Inicialmente sintetizou-se em laboratório um composto semelhante ao encontrado na planta, chamado desidrodieugenol B, para servir como protótipo. Após otimizações da molécula, os pesquisadores obtiveram uma substância quatro vezes mais potente. No entanto, testes em animais indicaram baixa biodisponibilidade, o que levou à necessidade de novas melhorias na molécula.

Após refinamentos químicos, a nova molécula apresentou maior potência e tempo de permanência no organismo dos animais. Estudos mostraram eficácia no combate à Leishmania infantum, segurança para a célula hospedeira e ação anti-inflamatória relevante para o tratamento da leishmaniose visceral. Os pesquisadores agora planejam avançar para estudos em animais infectados.

Embora haja perspectivas promissoras, a produção de um medicamento derivado desse composto ainda demandará tempo e rigorosos testes de segurança. No entanto, o potencial terapêutico do composto é relevante, especialmente diante da negligência de grandes farmacêuticas em relação a doenças como a leishmaniose visceral. O Brasil, com sua vasta biodiversidade, destaca-se como um promissor polo para o desenvolvimento de novos tratamentos.

A leishmaniose visceral é uma doença grave que pode levar à morte se não for tratada, com um número significativo de óbitos registrados anualmente em todo o mundo. O estudo completo pode ser acessado em: journals.asm.org/doi/10.1128/aac.00831-24.

Informações da Agência FAPESP

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