Dentes fracos, sensíveis e opacos em crianças: como fatores ambientais, genéticos e doenças na infância podem influenciar

Por Redação
2 Min

Diferente da cárie, causada por bactérias, a hipomineralização molar incisivo é um defeito de desenvolvimento que resulta na formação de dentes com menor teor de cálcio e fósforo, tornando-os porosos, hipersensíveis a estímulos térmicos e mecânicos e suscetíveis a fraturas. Um em cada cinco crianças pode ser afetada por esse problema, que vem crescendo nas últimas décadas.

Estudos recentes têm identificado associações significativas, como doenças na infância, exposição a poluentes ambientais, álcool durante a gestação e dificuldades no parto que resultam em hipóxia. No entanto, as causas moleculares da hipomineralização molar incisivo (MIH) ainda são desconhecidas, faltando tratamentos específicos.

Pesquisadores da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (Forp-USP) realizaram uma revisão abrangente de estudos sobre os fatores determinantes da MIH. Devido à deficiência mineral no esmalte entre a gestação e os primeiros três anos de vida, intervenções precoces são urgentes.

A hipomineralização resulta em mudanças notáveis nas propriedades químicas, estruturais e mecânicas do esmalte dentário. Com opacidades que variam de branco opaco a amarelo e marrom, o esmalte afetado apresenta um conteúdo reduzido de cálcio e fósforo, tornando-o mais suscetível a fraturas. Além disso, a desorganização da camada de cristais do mineral hidroxiapatita resulta em uma estrutura mais porosa e frágil.

Falhas na função dos ameloblastos e na biomineralização da matriz orgânica do esmalte podem impactar negativamente a maturação do esmalte. A compreensão dos mecanismos moleculares associados à hipomineralização é essencial para o desenvolvimento de estratégias de prevenção e tratamento eficazes.

É fundamental integrar a saúde bucal no contexto da saúde geral das crianças, além de priorizar a educação e conscientização sobre os fatores de risco relacionados à MIH. Pesquisas adicionais são necessárias para identificar os mecanismos moleculares e ambientais envolvidos e desenvolver estratégias mais eficazes de prevenção e tratamento.

Informações da Agência FAPESP

Compartilhe Isso