Cadeia da castanha no Acre não valoriza serviço socioambiental, ao contrário da borracha: entenda a diferença

Por Redação
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No varejo em São Paulo, um consumidor paga em torno de R$ 100 pelo quilo da castanha-do-brasil (ou castanha-do-pará). Contudo, no Acre, um dos estados amazônicos de onde a planta é nativa, o quilo da castanha in natura é vendido pelos extrativistas por cerca de R$ 4,50, quase 22 vezes menos do que chega para o consumidor no Sudeste.

O preço da castanha é contrastante com a borracha nativa na Reserva Extrativista (Resex) Chico Mendes, também no Acre. Enquanto o quilo da borracha é vendido por R$ 24, quase oito vezes o preço de mercado, a castanha é vendida a um valor 2,8 vezes menor do ideal, evidenciando a necessidade de valorização e pagamento justo por serviços socioambientais.

O projeto apoiado pela FAPESP, Amazônia+10, em parceria com a Fapespa (Pará) e Fapac (Acre), visa ampliar a sustentabilidade econômica e ambiental das atividades extrativistas na região. A castanha e a borracha são alvos de estudo, assim como o uso de Sistemas Agroflorestais (SAFs) para diversificar a produção e manter a floresta de pé.

A Resex Chico Mendes, criada em 1990, tem como objetivo garantir a posse da terra pelas populações tradicionais, gerando renda e conservando os recursos naturais. As famílias são acompanhadas por projetos de pesquisa desde 1990, com iniciativas como o pagamento por serviços socioambientais, incentivos governamentais e parcerias com empresas interessadas na conservação.

A valorização socioambiental da castanha e da borracha, aliada a práticas sustentáveis como os SAFs, propõe alternativas viáveis à criação extensiva de gado na região, visando garantir a reprodução social das populações locais de maneira digna e sustentável. A importância dos incentivos financeiros e das políticas públicas consistentes fica evidente para garantir a conservação da natureza e a qualidade de vida das comunidades envolvidas.

Informações da Agência FAPESP

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