Um biofilme comestível, obtido a partir de resíduos da agricultura e da indústria pesqueira, foi desenvolvido por pesquisadores do Instituto de Química de São Carlos da Universidade de São Paulo (IQSC-USP), com o objetivo de aumentar a vida útil do morango (Fragaria x ananassa Duch). Este biofilme mostrou eficácia em testes laboratoriais, onde os frutos revestidos apresentaram menor redução de peso ao longo de 12 dias de armazenamento sob refrigeração, além de uma maior resistência à contaminação por fungos em comparação aos frutos não tratados.
Os resultados do estudo, realizado com apoio da FAPESP e em colaboração com pesquisadores da Embrapa Instrumentação e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), foram publicados na revista Food Chemistry. Este biofilme, desenvolvido a partir de extratos de casca de romã e quitosana, foi capaz de dobrar a vida útil dos morangos refrigerados, preservando suas características sensoriais, como sabor, textura e compostos voláteis.
A quitosana obtida de gládios de lula combinada com gelatina foi essencial para o desenvolvimento da película protetora. Além disso, a incorporação de antioxidantes da romã no revestimento demonstrou ser eficaz na preservação dos morangos, frutas altamente perecíveis devido à sua atividade respiratória e pH baixo. O revestimento retardou o metabolismo do fruto, preservando sua cor, firmeza e compostos bioativos ao longo do armazenamento refrigerado.
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Os pesquisadores estão buscando a patente da formulação para posterior licenciamento para empresas interessadas. Estudos econômicos indicam um custo aproximado de R$ 0,15 por fruta com o uso desse revestimento, um investimento que os consumidores podem considerar pela maior durabilidade e qualidade dos morangos. O artigo completo pode ser acessado em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0308814625000056.
Informações da Agência FAPESP