Uma nova pesquisa realizada pelo Instituto de Ciências Weizmann de Israel revelou que, em determinadas circunstâncias, as formigas têm a capacidade de superar os humanos em tarefas coletivas de resolução de problemas. O estudo foi publicado na revista “Proceedings of the National Academy of Sciences” e analisou a “cognição coletiva” e a habilidade dos grupos em lidar com desafios como a movimentação de objetos em ambientes complexos, comparando com a ação individual.
No experimento, formigas da espécie Paratrechina longicornis e humanos foram desafiados a realizar uma tarefa conhecida como “quebra-cabeça dos motores de piano”, que envolve mover um objeto em forma de T por um labirinto. A equipe testou tanto indivíduos quanto grupos de diferentes tamanhos e obteve resultados interessantes.
Embora os humanos tenham apresentado um melhor desempenho individualmente, as formigas demonstraram possuir uma “memória coletiva emergente” quando trabalhavam em grandes grupos, o que as auxiliou a otimizar o trajeto. Por outro lado, os grupos de humanos não exibiram essa capacidade e, em alguns casos, adotaram soluções “gananciosas”, prejudicando seu próprio desempenho.
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Segundo a equipe de pesquisadores, os grandes grupos de formigas mostram uma persistência emergente que amplia suas capacidades cognitivas, incluindo memória de curto prazo. Esta memória, que consiste na direção atual do movimento, é temporariamente armazenada no estado coletivo ordenado das formigas transportadoras, de forma análoga aos giros ordenados na mecânica estatística. Para as formigas, o grupo funciona como um “superorganismo”, onde a cooperação supera a competição, permitindo uma cognição mais eficiente do que a soma das partes.
Por outro lado, os humanos enfrentaram dificuldades devido às diferenças interpessoais e à falta de memória coletiva. Isso fez com que não obtivessem os mesmos benefícios ao formar grupos, desafiando a ideia da “sabedoria das multidões”. Enquanto as formigas operam de forma coordenada e colaborativa, os humanos muitas vezes são afetados por aspectos como rivalidades e competições internas, prejudicando a eficácia de seu desempenho em conjunto.
A conclusão do estudo ressalta a importância da cooperação e da memória coletiva em ambientes de resolução de problemas. Enquanto as formigas são capazes de se organizar de forma eficiente em grupo, os humanos ainda têm muito a aprender quando se trata de otimizar a colaboração coletiva e superar suas próprias limitações individuais.
Portanto, ao analisar a capacidade das formigas de superar os humanos em determinadas tarefas coletivas, podemos refletir sobre a importância da cooperação, da memória coletiva e da harmonia dentro dos grupos para alcançar resultados mais eficazes e eficientes. Este estudo nos lembra que, às vezes, o sucesso depende mais da colaboração e do trabalho em equipe do que do desempenho individual.

