Drones revelam nova era de conflitos submarinos nos oceanos

Por Redação
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Os drones subaquáticos, também conhecidos como veículos subaquáticos não tripulados (UUVs), estão em destaque no cenário internacional, prometendo revolucionar as operações navais em todo o mundo. Empresas de defesa e forças militares investem pesadamente nessa tecnologia, visando aprimorar a coleta de inteligência, a segurança de infraestruturas submarinas e até mesmo as operações de combate naval.

De acordo com uma reportagem do Wall Street Journal (WJS), a pesquisadora sênior Cynthia Cook, do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), destaca o momento oportuno para essa inovação tecnológica. Apesar dos benefícios, ela ressalta que os custos envolvidos são elevados, devido aos desafios enfrentados na comunicação em profundidade e nas adversidades do ambiente marinho.

O desenvolvimento dos UUVs já é uma realidade em aplicações civis e militares de menor escala, porém, o foco atual está em embarcações maiores e mais autônomas. Com isso, os investimentos nesse segmento têm aumentado significativamente, buscando se destacar por sua eficiência e versatilidade operacional.

Diversos países ao redor do mundo estão embarcando nessa tendência tecnológica para garantir sua segurança e domínio nos oceanos. Empresas como Boeing e Northrop Grumman estão desenvolvendo drones subaquáticos com capacidades impressionantes, visando atender às demandas militares globais. A almirante Lisa Franchetti, em entrevista ao WSJ, ressalta a prioridade dos Estados Unidos em sistemas robóticos autônomos, visando possíveis confrontos com a China.

Além dos EUA, países como Austrália, Reino Unido, França, Coreia do Sul, Alemanha e Ucrânia também estão investindo em UUVs avançados, evidenciando a importância estratégica dessa tecnologia em um cenário internacional cada vez mais competitivo. Com o avanço tecnológico, os drones subaquáticos estão se tornando ainda mais autônomos e eficientes, com baterias mais duráveis, sensores precisos e eletrônicos compactos.

Um exemplo notável dessa evolução é o Herne, desenvolvido pela BAE Systems, que é considerado um “Veículo Subaquático Autônomo Extragrande (XLAUV)”. Esse drone industrial modificado é capaz de coletar e analisar dados de inteligência, identificar embarcações e navegar com precisão, tornando-se uma ferramenta fundamental para missões marítimas autônomas. Os testes realizados com o Herne demonstraram sua eficiência na identificação de navios em operações de vigilância.

Apesar de representarem uma alternativa mais acessível do que os submarinos tripulados, os UUVs ainda demandam altos investimentos. O programa Orca, da Boeing, por exemplo, enfrentou atrasos e aumentos de custos consideráveis, atingindo a marca de US$ 620 milhões. A utilização de drones subaquáticos para vigilância levanta debates éticos sobre a possibilidade de adicionar armamento a essas máquinas, que poderiam vir a realizar operações de combate de forma autônoma.

Em resumo, os drones subaquáticos estão se tornando peças-chave no tabuleiro das operações navais; com sua capacidade de atuação em grandes profundidades e autonomia operacional, eles prometem transformar a maneira como as marinhas em todo o mundo conduzem suas operações estratégicas no mar. Com o avanço da tecnologia e o aumento dos investimentos nesse setor, é de se esperar que os UUVs se tornem ainda mais sofisticados e desempenhem um papel crucial no cenário militar e de segurança global nos próximos anos.

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