A Organização Mundial da Saúde (OMS) deu um passo importante na luta contra o avanço da mpox ao anunciar, nesta sexta-feira (13), a pré-qualificação da primeira vacina contra a doença produzida pela farmacêutica Bavarian Nordic. A vacina passou por todos os testes de segurança e eficácia, abrindo caminho para sua distribuição em países de baixa renda e enfrentando surtos da doença.
O objetivo da vacina é reduzir a transmissão do vírus e prevenir futuros surtos. A OMS autorizou o uso da vacina em pessoas com 18 anos ou mais, administrada em duas doses com um intervalo de quatro semanas entre elas. Após armazenamento prévio em baixas temperaturas, a dose pode ser mantida entre 2°C a 8°C por até oito semanas.
Embora a vacina não esteja licenciada para menores de 18 anos, a entidade afirmou que o uso off label é permitido em situações de surto, inclusive em crianças, adolescentes, gestantes e pessoas imunossuprimidas, quando os benefícios superam os riscos. Os estudos mostraram que uma dose da vacina teve uma eficácia de 76% contra a doença, porém a eficácia é menor quando administrada após a exposição ao vírus.
Desde 2022, mais de 103 mil casos da doença foram confirmados em 120 países, com mais de 25 mil diagnósticos apenas este ano e 723 mortes relacionadas à mpox. O avanço do vírus é atribuído à variante 1B, mais contagiosa, identificada na República Democrática do Congo e em outros países da África, Ásia e Europa. Em decorrência disso, a doença foi classificada como uma nova emergência global pela OMS.
A mpox, anteriormente conhecida como varíola dos macacos, causa lesões na pele do rosto que podem se espalhar para outras partes do corpo, incluindo a região genital. Os sintomas incluem febre, fadiga, dores, entre outros. Descoberta no final da década de 1950, o vírus passou por mutações nos últimos anos, permitindo uma transmissão mais fácil entre humanos. Até o momento, não há um tratamento específico para a doença.
A transmissão da mpox ocorre por meio do contato físico próximo e prolongado. Mais da metade das variantes do vírus identificadas entre 2018 e 2022 são consideradas “silenciosas”, não alterando proteínas virais importantes para escapar do sistema imunológico. Assim como outros vírus, incluindo a Covid-19, a gravidade da mpox varia de acordo com a idade e a condição de saúde do paciente infectado.
Com a pré-qualificação da vacina pela OMS, países em situações de surto terão acesso a um importante recurso para controlar a disseminação da mpox e proteger a população vulnerável. A expectativa é que a distribuição da vacina contribua significativamente para o combate à doença e evite surtos futuros em todo o mundo.