Atender a uma ligação implica em receber ondas de rádio do seu celular diretamente no cérebro. Mas será que isso pode gerar problemas de saúde, como o temido câncer? Essa questão tem sido alvo de inúmeras pesquisas ao longo dos anos. Uma nova análise dos resultados desses estudos, encomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e publicada na revista Environment International, pode finalmente ter encontrado uma resposta mais definitiva.
Os resultados dessa revisão revelaram evidências mais robustas de que as ondas de rádio produzidas pelas tecnologias sem fio não representam um risco à saúde humana. Não foi identificada nenhuma ligação significativa entre o uso de celular e o desenvolvimento de câncer no cérebro ou em qualquer outra região adjacente à cabeça. O tempo de uso do dispositivo, mesmo em períodos superiores a dez anos, e a frequência de utilização também não parecem ter influência no surgimento da doença.
Essa conclusão de que o celular não tem capacidade de desencadear o câncer está alinhada com descobertas anteriores. Um estudo realizado em 2018 constatou que, apesar do significativo aumento no uso de dispositivos sem fio ao longo das décadas, o número de casos de câncer cerebral não aumentou na mesma proporção.
No entanto, essa nova pesquisa da OMS desafia estudos anteriores que sugeriam a possibilidade das ondas de rádio serem carcinogênicas. Em 2011, a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC) classificou essa radiação como “possivelmente cancerígena”. Essa conclusão estava sustentada em estudos observacionais, os quais, apesar de fornecerem insights sobre possíveis efeitos a longo prazo na saúde humana, podem gerar resultados enviesados. Por exemplo, em uma das observações analisadas pela IARC, alguns participantes exageraram na frequência de uso dos celulares, distorcendo os dados.
A nova revisão sistemática, além de mais precisa, utilizou um banco de dados expandido, incluindo estudos mais recentes e robustos. Essa abordagem fortalece a conclusão de que não há relação entre a exposição às ondas de rádio dos celulares e o câncer no cérebro.
As ondas de rádio emitidas pelos celulares estão abaixo dos limites de segurança estabelecidos, sem evidências de impacto negativo na saúde humana. Portanto, responder a uma chamada não deve ser motivo de preocupação. Mesmo com os resultados tranquilizadores, a pesquisa continua atenta ao avanço tecnológico e às novas frequências utilizadas, garantindo assim a segurança da exposição.
Cientistas das Universidades de Wollongong e Monash ressaltam em um artigo publicado no The Conversation o desafio de combater os equívocos persistentes sobre a relação entre celulares e câncer no cérebro, enfatizando que, até o momento, não existem evidências de efeitos adversos à saúde.
Portanto, as evidências apontam para a segurança no uso de celulares no que diz respeito ao desenvolvimento de câncer cerebral. A tecnologia moderna parece estar cada vez mais distante de representar uma ameaça à nossa saúde nesse aspecto. Na dúvida, é sempre importante manter-se informado sobre as pesquisas e recomendações atualizadas a respeito do assunto.