Pesquisadores da Universidade de Leeds, no Reino Unido, deram um passo revolucionário ao desenvolver um modelo 3D da estrutura molecular do cérebro de pacientes com Alzheimer. Essa inovação permitiu a visualização e análise detalhada de proteínas como as beta-amilóides e TAU, que estão associadas à doença.
Pela primeira vez, um modelo tridimensional do cérebro de pacientes com Alzheimer foi criado, combinando avançadas técnicas de imagem para fornecer um vislumbre da estrutura molecular presente no cérebro humano. Essa nova abordagem possibilita um estudo aprofundado das proteínas cerebrais, particularmente as beta-amilóides e TAU, já vinculadas ao Alzheimer.
O estudo, recentemente publicado na prestigiada revista Nature, oferece esperança de que esse modelo molecular possa também ser aplicado no estudo de outras condições neurológicas além da doença de Alzheimer. René Frank, líder da pesquisa, destacou que “este primeiro olhar sobre a estrutura das moléculas no cérebro humano fornece importantes insights sobre a dinâmica das proteínas na doença de Alzheimer e abre caminho para uma melhor compreensão de diversas outras doenças neurológicas devastadoras”.
Os pesquisadores utilizaram técnicas avançadas de imagem, como a tomografia crioeletrônica (CryoET), para escanear o tecido cerebral pós-morte de pacientes com Alzheimer e desenvolver o modelo 3D. A análise das proteínas beta-amilóides e TAU revelou diferenças na disposição espacial dos aglomerados protéicos, incluindo variações na orientação, torção de filamentos TAU e no tamanho das beta-amilóides.
A equipe acredita que o modelo recém-criado tem potencial não apenas para aprofundar o conhecimento sobre o Alzheimer, mas também para desvendar mistérios em relação a outras doenças neurodegenerativas. A aplicação dessas abordagens inovadoras a esses quadros pode trazer avanços significativos na compreensão e tratamento dessas condições.
Portanto, o estudo realizado pelos pesquisadores da Universidade de Leeds representa um importante marco na investigação sobre o Alzheimer e outras doenças cerebrais. A visualização tridimensional da estrutura molecular permite uma compreensão sem precedentes das proteínas envolvidas nessas patologias, abrindo portas para novas descobertas e avanços no campo da neurociência.