Com a ascensão de novas redes de internet, como o 5G, as redes 2G e 3G enfrentarão um aumento significativo de desligamentos ao redor do mundo a partir do próximo ano. Essa previsão é baseada em um relatório divulgado pela GSA, associação global de fornecedores de equipamentos para redes móveis.
Ao longo deste ano, quase 200 interrupções de serviço 2G e 3G foram registradas em 68 países, até o mês de junho. Apesar disso, no Brasil, a questão do desligamento ainda está em discussão e não há uma definição formal.
De acordo com o relatório, é esperado que o pico de desligamentos das redes 2G e 3G seja alcançado em 2025. A projeção é que 32 operadoras cessem os serviços 2G e 16 encerrem o 3G até essa data.
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A tendência de aceleração dos desligamentos já se manifestou este ano, com a GSA contabilizando 192 interrupções de serviço em 68 países e territórios até junho. Desse total, 93 foram concluídas, 88 estão em fase de planejamento e 11 em processo de desligamento. Em dezembro de 2023, foram registrados 177 desligamentos em 59 países.
A evolução das descontinuações está diretamente relacionada ao aumento da adesão ao 5G. Após as interrupções das redes 2G e 3G, 43,5% das operadoras têm planos de atualizar para tecnologias 4G e 5G, enquanto 39,7% pretendem focar apenas no 4G e 7,6% apenas no 5G. Outros 7,6% têm a intenção de atualizar para 3G e 4G.
Em um panorama global, a Europa se destaca como líder em desligamentos, com 52% do total. Já a Ásia representa 22% das interrupções, seguida pela América Latina e Caribe, América do Norte, Oceania e Oriente Médio e África, com 8%, 7%, 6%, e 5%, respectivamente.
No continente americano, os desligamentos de 2G ocorreram nos Estados Unidos, Colômbia e Venezuela, enquanto as interrupções de 3G foram observadas nos Estados Unidos e alguns casos na Argentina. No Chile e na Costa Rica, operadoras têm planos em andamento para desligar a rede 2G.
Recentemente, a Anatel abriu uma consulta pública para discutir a proposta de proibição da comercialização de aparelhos com tecnologia 2G e 3G, uma vez que essas tecnologias não serão mais homologadas, abrindo caminho para o desligamento das redes no Brasil. A consulta terá duração de 70 dias e contará com contribuições da sociedade civil, operadoras e especialistas.
Diante desse cenário, fica evidente que a transição para as tecnologias de rede de última geração é inevitável, e os desligamentos de redes 2G e 3G se tornarão cada vez mais frequentes nos próximos anos, impulsionando a expansão e aprimoramento das redes 4G e 5G. É fundamental que os países e as operadoras se preparem para essa transição e adotem medidas para garantir uma migração suave e satisfatória para os usuários de telefonia móvel.