Câncer avança entre jovens – conheça razões

Por Redação
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Um estudo recentemente publicado na revista de oncologia BMJ Oncology está causando preocupação entre os especialistas da área de saúde. A incidência de casos de câncer tem aumentado significativamente entre pessoas mais jovens, um grupo que, anteriormente, não estava associado a um alto risco da doença. De acordo com os dados do estudo, houve um aumento de 79% nos casos de câncer nesse grupo, enquanto a tendência mundial aponta para uma redução da incidência em pessoas mais velhas. Fatores como obesidade, consumo de carne e uso prolongado de antibióticos têm sido apontados como possíveis influenciadores nesse aumento preocupante.

O aumento alarmante dos casos de câncer entre adultos jovens, que não faziam parte do grupo de risco, tem chamado a atenção dos especialistas. Segundo Jorge Sabbaga, especialista em Oncologia Clínica do Instituto do Câncer, essa tendência representa uma inversão preocupante em relação aos padrões mundiais de incidência da doença, que têm apresentado uma queda significativa.

Ao contribuir com uma explicação para esse aumento nos casos de câncer entre pessoas mais jovens e a queda correspondente em indivíduos mais velhos, Sabbaga destacou diversos fatores determinantes. Historicamente, os fumantes eram considerados o grupo de maior risco, porém, com a diminuição do número de usuários de tabaco, a incidência de câncer nesse grupo diminuiu. Em contrapartida, o aumento dos índices de obesidade tem contribuído para o surgimento de tumores, principalmente entre os mais jovens. Além disso, o sedentarismo e o uso precoce de antibióticos também têm sido associados ao aumento das chances de desenvolvimento de câncer, particularmente em casos de câncer de cólon e intestino, devido à desregulação da flora intestinal.

O consumo de carne também foi citado como um fator que pode influenciar no aumento da incidência de câncer. A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a carne processada como um carcinógeno do tipo 1, a mesma categoria do tabagismo, outro fator de risco bem conhecido para a doença. A ingestão prolongada e excessiva de carne não só pode contribuir para problemas intestinais, mas também aumentar as chances de desenvolver câncer. Uma das medidas simples que podem ser adotadas para reduzir essas chances é evitar o consumo de alimentos carcinogênicos e optar por uma dieta que estimule o bom funcionamento intestinal. Como destacou Sabbaga em entrevista ao Jornal da USP:

“Evitar comer essas coisas que são carcinógenas e comer coisas que estimulem o ritmo intestinal.”

Diante desse cenário de aumento da incidência de câncer entre pessoas mais jovens, é essencial que ações de conscientização e prevenção sejam reforçadas, a fim de oferecer uma melhor qualidade de vida e reduzir os riscos associados a essa doença devastadora. É fundamental identificar e combater os principais fatores de risco, como obesidade, consumo de carne e uso indiscriminado de antibióticos, visando a promoção da saúde e a prevenção de doenças graves. A mudança de hábitos e a adoção de um estilo de vida saudável são atitudes fundamentais na luta contra o câncer e na garantia de um futuro mais saudável para as próximas gerações.

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