Pesquisa revela apoio dos brasileiros por investimentos públicos em ciência

Por Redação
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Apesar das ondas de desinformação e negacionismo científico que emergiram nos últimos anos, o Brasil mantém sua posição como um dos países com alta percepção e otimismo em relação à ciência. De acordo com a pesquisa sobre “Percepção pública da ciência e tecnologia no Brasil” realizada pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), 94% dos entrevistados defendem que os investimentos em pesquisa científica e tecnológica pelo governo devem ser mantidos ou aumentados, mesmo em tempos de crise.

A maioria dos brasileiros (95%) reconhece as mudanças climáticas como um fenômeno sério e perigoso, apontando que ocorre tanto no país quanto no planeta. No entanto, houve variações regionais nessa percepção, especialmente no Centro-Oeste e no Sul do Brasil, conforme os dados do levantamento do CGEE em parceria com instituições como o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

A pesquisa entrevistou 1.931 pessoas com mais de 16 anos, abrangendo diversas regiões do país e diferentes perfis socioeconômicos. Os resultados mostram que, ao longo das últimas duas décadas, o interesse da sociedade brasileira por ciência e tecnologia se manteve estável, com mais da metade dos entrevistados demonstrando interesse nesses temas. Isso coloca o interesse em ciência acima de outras áreas como esporte, arte, cultura e política.

Outro ponto destacado foi a visão positiva dos brasileiros em relação à ciência e tecnologia, com 66% considerando que essas áreas trazem benefícios para a sociedade. Apesar disso, houve um aumento nas opiniões de que a ciência também traz malefícios, impulsionado pela polarização política e radicalização nas redes sociais. Ainda assim, a parcela de “anticiência” no Brasil é pequena, entre 4% e 6% da população.

No que diz respeito ao conhecimento científico, apesar do interesse positivo, o estudo aponta que o conhecimento dos brasileiros sobre o tema ainda é baixo. Após a pandemia de COVID-19, houve um aumento na visibilidade da ciência brasileira, especialmente com o desenvolvimento de vacinas. No entanto, grande parte da população ainda tem dificuldade em citar instituições de pesquisa ou cientistas brasileiros.

Para combater a desinformação e promover a cidadania científica no Brasil, é necessário focar em políticas de letramento científico e midiático, especialmente para as parcelas mais vulneráveis da população. A divulgação científica e o acesso à informação devem ser prioridades para garantir que a sociedade brasileira continue a valorizar a ciência e a tecnologia. O resumo completo da pesquisa está disponível em: www.cgee.org.br/documents/10195/4686075/CGEE_OCTI_Resumo_Executivo-Perc_Pub_CT_Br_2023.pdf.

Informações da Agência FAPESP

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