Impactos da insegurança alimentar na região afetada pela construção da hidrelétrica de Belo Monte

Por Redação
2 Min

O impacto socioambiental causado pela usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, tem sido caracterizado como um verdadeiro desastre, conforme relatório de vistoria produzido pelo Ibama. Os danos incluem assoreamento e obstáculos à navegação no rio Xingu, alta mortalidade de árvores e impactos na reprodução de peixes, além da desestruturação do modo de vida de povos indígenas e comunidades ribeirinhas.

Um estudo recente, com apoio da FAPESP, focou na insegurança alimentar na cidade de Altamira, que sofreu significativamente com a construção da barragem de Belo Monte. A falta de planejamento para serviços básicos em meio ao crescimento populacional causou impactos negativos, tornando Altamira uma das cidades mais violentas do Brasil.

O estudo revelou que 61% dos domicílios em Altamira apresentam algum nível de insegurança alimentar e nutricional, destacando a situação precária enfrentada pela população. Fatores como baixa escolaridade e desemprego contribuíram para essa realidade, principalmente em famílias mais pobres e deslocadas de suas antigas áreas de moradia.

Além disso, os impactos socioeconômicos da construção de Belo Monte geraram um cenário de insegurança alimentar que se agravou com a pandemia de COVID-19. As comunidades locais tiveram que se adaptar a novas condições de vida, enfrentando dificuldades no acesso a alimentos e recursos básicos.

Os estudos conduzidos também apontam para impactos semelhantes em outras hidrelétricas da região, como Santo Antônio e Jirau, onde comunidades de pescadores foram prejudicadas pela redução na produção pesqueira e no consumo de peixes. Esses resultados evidenciam a necessidade de políticas mais efetivas para mitigar os danos causados por megaempreendimentos na região amazônica.

Os projetos de pesquisa contaram com o suporte da FAPESP e de bolsas de pós-doutorado, destacando a importância da continuidade dos estudos para compreender e propor soluções para os impactos socioambientais gerados pelas hidrelétricas na Amazônia. O acesso aos estudos completos pode ser feito por meio dos links fornecidos no texto.

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