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‘Mão de Deus’ tenta capturar galáxia nesta imagem

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A cerca de 1.300 anos-luz de distância da Terra, na constelação de Puppis, dentro da galáxia Via Láctea, encontra-se a fascinante “Mão de Deus”, cientificamente conhecida como CG 4. Este objeto notável pertence à classe dos glóbulos cometários, uma categoria desafiadora de detectar entre os glóbulos de Bok, densas nuvens de gás e poeira circundadas por material ionizado e quente. Apesar do nome sugerir uma conexão direta com cometas, os glóbulos cometários como o CG 4 não possuem relação com esses corpos celestes, sua designação é devido à sua estrutura semelhante à cauda de um cometa, resultado do arrastamento de material que cria uma aparência distinta.
O CG 4 destaca-se por sua cauda característica, uma extensão tênue de gás e poeira com oito anos-luz de comprimento e uma ponta de 1,5 ano-luz de largura. O mistério em torno da origem da estrutura dos glóbulos cometários ainda intriga os cientistas, algumas teorias sugerem que ela pode ser moldada por ventos estelares de estrelas massivas próximas ou até mesmo por supernovas resultantes do fim explosivo dessas estrelas.
A DECam, que utiliza um filtro de hidrogênio-alfa para revelar o gás ionizado, captura imagens claras desses objetos, contribuindo para a compreensão da formação das nebulosas de Bok. Nebulosas de Bok, como o CG 4, permaneceram ocultas até a década de 1970 devido à sua fraca luminosidade e à cobertura de poeira estelar que obscurecia suas caudas.
Embora a aparência de garra de lagosta do CG 4 em direção à galáxia espiral ESO 257-19 pareça indicar um movimento de captura, na realidade é apenas uma ilusão de perspectiva. A galáxia está segura a uma distância de 100 milhões de anos-luz da CG 4. A mesma radiação que confere ao CG 4 sua aparência distinta também contribui para sua dissipação gradual, impossibilitando o alcance das garras do CG 4 à galáxia, mesmo que estivesse mais próxima. No entanto, dentro do glóbulo ainda há material suficiente para formar novas estrelas.
Localizados principalmente na Nebulosa da Gengiva, também conhecida como “Gum 12”, a cerca de 1.400 anos-luz de distância, os glóbulos cometários como o CG 4 continuam a intrigar os cientistas, que exploram diversas teorias para explicar sua origem e evolução no vasto cenário cósmico. A nebulosa Gum 12 é acreditada como resíduo de uma explosão de supernova ocorrida há cerca de um milhão de anos. O estudo desses fenômenos celestes é fundamental para ampliar o conhecimento sobre a complexidade e a diversidade do universo.

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